PM do Rio: policiais civis e militares se faziam passar por departamento anti-drogas e roubavam e extorquiam durante as "operações" (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 14h45.
Rio de Janeiro - Um grupo de policiais civis e militares foi preso nesta terça-feira, 13, por simular operações policiais para praticar roubos e extorsões.
Eles se faziam passar por agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). De sete mandados de prisão, seis foram cumpridos na Operação Stelio.
O grupo é acusado de organização criminosa, extorsão, roubo e falsidade ideológica, coação, e violação de sigilo funcional.
A investigação sobre a atuação do grupo começou a ser feita pela Draco após denúncias de pessoas que foram extorquidas. Os policiais civis e militares apresentavam falsos mandados de busca e apreensão e vasculhavam as residências de suspeitos. Por fim, exigiam dinheiro e joias.
Em 13 de setembro, uma vítima foi abordada na saída de casa, em Itaipu, na região oceânica de Niterói. A pessoa foi algemada enquanto sua casa era "revistada". Após a suposta operação, policiais levaram um carro, 13 relógios, roupas, computador e dinheiro.
Dias depois, a vítima voltou a ser procurada e ameaçada para que fornecesse o documento para a transferência de titularidade. O grupo estaria se preparando para extorquir traficantes que atam em São Gonçalo, no Grande Rio.
Os policiais foram denunciados à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
A operação teve apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, da Draco e das corregedorias unificadas das Polícias Civil e Militar.