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Polícia realiza perícia em cela de Garotinho para apurar agressão

O trabalho foi feito por três peritos engenheiros da Polícia Civil, que vão constatar se há pontos cegos nas câmeras instaladas no presídio

Anthony Garotinho: o laudo da perícia deverá ficar pronto em sete dias (Inácio Teixeira/Coperphoto/Divulgação/Divulgação)

Anthony Garotinho: o laudo da perícia deverá ficar pronto em sete dias (Inácio Teixeira/Coperphoto/Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 16h36.

Rio - A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira, 29, uma perícia na cela onde ficou o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio.

O objetivo, segundo o delegado Wellington Vieira, da 21ªDP (Bonsucesso), é esclarecer se Garotinho foi mesmo agredido, quando estava na madrugada de sexta-feira, 24, como o político alegou.

De acordo com o delegado, o trabalho foi feito por três peritos engenheiros da Polícia Civil, que vão constatar se há pontos cegos nas câmeras instaladas no presídio. O laudo deverá ficar pronto em sete dias. "Vamos analisar se o sistema de filmagem do local é eficiente ou não, e se é possível ter alguma falha nas gravações", disse o delegado à reportagem.

Vieira também contou que, na próxima segunda-feira, 4, vai colher depoimentos de sete detentos que estão presos no local. Um deles será o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, que aparece nas imagens do presídio prestando atendimento médico ao ex-governador. "Queremos saber se eles ouviram algo de anormal no dia em que Garotinho relata ter sido agredido", afirmou.

O delegado disse ainda que também vai ouvir os seguranças que ficam na porta do presídio, mas adiantou que acha difícil a possibilidade de que alguém estranho tenha invadido o local.

"Da portaria da prisão até a cela onde ele estava preso existem 12 portas, que ficam trancadas com cadeado. Acho difícil o acesso de alguém estranho, sem que ninguém possa ter visto", disse o delegado.

Os agentes penitenciários que trabalhavam no momento da suposta agressão já prestaram depoimento.

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou as lesões de Garotinho, em um dos pés e nos joelhos, mas não conseguiu atestar se foram em decorrência de agressão. O documento só conseguiu atestar que as feridas foram provocadas por "ação contundente", segundo o delegado.

Em depoimento, Garotinho disse ter sido atingido por um homem branco, com um taco de beisebol, que teria feito ameaças ao investigado, dizendo que "falava demais".

Na terça-feira, 28, o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) requereu formalmente à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) as imagens de vídeo gravadas na cadeia.

A solicitação das imagens foi feita após o MP receber denúncia de possível edição do vídeo oferecido pela Seap.

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