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Polícia quer perfil de casal de PMs mortos em chacina

A intenção é analisar a convivência do casal, além relação dos dois com filho, o principal suspeito dos crimes


	Apesar de o garoto ser apontado como o autor do crime, hipóteses como vingança ou crime passional não foram descartadas
 (Marcelo Camargo/ABr)

Apesar de o garoto ser apontado como o autor do crime, hipóteses como vingança ou crime passional não foram descartadas (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 08h36.

São Paulo - A Polícia Civil pretende traçar um perfil do casal de policiais militares mortos a tiros em uma chacina com cinco membros da mesma família na Brasilândia, zona norte de São Paulo, na semana passada. A intenção é analisar a convivência entre o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luís Marcelo Pesseghini e a cabo Andréia Pesseghini, além relação dos dois com filho, Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, o principal suspeito dos crimes até o momento.

Apesar de o garoto ser apontado como o autor do crime, nenhuma hipótese de investigação foi descartada, como vingança ou crime passional. Desde o início do inquérito, a tese era de que, na madrugada do dia 05, o garoto matou a tiros o pai, a mãe, a avó e uma tia-avó. Depois, dirigiu até perto da escola onde estudava, esperou o dia amanhecer e assistiu à aula normalmente. Quando voltou para casa, teria cometido suicídio. A arma do crime foi encontrada na sua mão.

Agora, a polícia quer ampliar as linhas de investigação e focar na personalidade do casal de PMs, o que inclui ouvir colegas de trabalho e amigos civis. O Instituto de Criminalística vai fazer um laudo das ligações dos celulares dos pais de Marcelo e do restante da família. Um computador e um tablet apreendido na casa serão analisados.

Até esta terça-feira, 13, já haviam sido ouvidas 27 testemunhas. Sandra Feitosa, prima da cabo morta, acompanhou a mãe, tia da vítima, para ser ouvida no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Sandra disse que sua mãe foi convocada para dizer como os demais familiares ficaram sabendo da chacina. "A gente não consegue acreditar. Não vejo como uma criança pode ter feito isso, um jovem", afirmou na saída do DHPP.

A polícia também tomou o depoimento na tarde desta terça de uma diretora do Colégio Stella Rodrigues, onde Marcelo estudava, e de um colega de classe do garoto. Segundo o delegado do caso, Itagiba Franco, as duas testemunhas compareceram ao DHPP por volta das 14h. Eles foram ouvidos até as 20h.

Segundo Franco, a polícia ainda deverá procurar uma vizinha da família que disse ter visto duas pessoas - entre elas um PM fardado - na residência na tarde em que os crimes foram descobertos.

O número de testemunhas pode crescer ainda mais, uma vez que o DHPP deverá chamar todos os cerca de 30 policiais que estiveram na cena do crime logo após a chacina. Para a polícia, há sinais de que o local não foi preservado corretamente antes da chegada da equipe do IC.

Corpos

Uma das mais importantes provas para desvendar como aconteceram as cinco mortes é o laudo do exame nos corpos das vítimas. A polícia já pôs em xeque um indício de que haveria uma diferença de 10 horas entre o assassinato do pai e da mãe.

A divergência no resultado da perícia nos corpos, segundo as investigações, poderia ter sido causada pela sequência de exames entre as vítimas - o pai teria sido analisado primeiro, em um intervalo de 10 horas em relação à mãe.

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