Brasil

Polícia prende homem com mais de 300 celulares no centro de SP: 'O maior receptador do país'

Pelo menos 60 dos celulares achados foram identificados como objeto de roubo ou furto

Crime: suspeito é imigrante de Guiné-Bissau e foi preso em flagrante por receptação (Polícia Civil/Reprodução)

Crime: suspeito é imigrante de Guiné-Bissau e foi preso em flagrante por receptação (Polícia Civil/Reprodução)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 9 de agosto de 2023 às 15h46.

Última atualização em 9 de agosto de 2023 às 16h15.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta terça-feira, 8, um homem apontado como o maior receptador de celulares do Brasil. Foram encontrados 312 aparelhos em um endereço ligado a ele, no centro da capital paulista. A hipótese é que o local funcionava como uma espécie de central do golpe.

Até aqui, ao menos 64 dos celulares foram identificados como objeto de roubo ou furto, mas a investigação prossegue.

O homem foi identificado pela polícia como Amadou Diallo, de 50 anos. Imigrante de Guiné-Bissau, ele foi preso em flagrante por receptação e deve passar por audiência de custódia nesta quarta.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

"É o maior receptador de celulares do país", disse nesta quarta-feira, 9, o delegado-geral da Polícia Civil, Arthur Dian. A prisão foi efetuada por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) a poucas quadras de onde hoje está a Cracolândia, na região de Santa Ifigênia.

Em um endereço ligado a Diallo, na Rua dos Guaianases, apontada como um dos epicentros de receptação de celulares na cidade, também foram encontrados ao menos quatro computadores. A polícia afirma que os equipamentos eram usados para desbloqueio dos celulares.

"Ele extraía os dados, cometia os golpes nesses aparelhos celulares e, em seguida, enviava esses aparelhos para outros países, para que eles pudessem ser comercializados", disse Dian. Segundo a polícia, quando todas as possibilidades de golpe eram esgotadas, os celulares eram enviados para países da África.

"Lá [em alguns países da África] não tem esse bloqueio que nos temos aqui no Brasil, disse o diretor do Deic, Fabio Pinheiro.

Quando a polícia vistoriou o apartamento no centro, mais de dois terços dos 312 aparelhos estavam embalados para envio e guardados em malas com cadeado. A maioria eram iPhones.

Segundo ele, investigações do departamento já resultaram na prisão de outros dois imigrantes que faziam receptação no mesmo prédio. Desta vez, a diferença é que foi apreendida a maior quantidade de aparelhos com uma só pessoa no período recente.

"Foi um golpe duríssimo nesse receptador, que também fomenta o tráfico no centro", acrescentou o delegado-geral. "O próprio indivíduo que é um usuário muitas vezes promete o furto para comprar droga." A reportagem não conseguiu localizar o responsável por representar o suspeito perante a polícia e a Justiça.

No mesmo dia, a Polícia Civil também efetuou oito prisões na região da Cracolândia. Entre elas, a de um homem que usava peruca para se disfarçar no meio do fluxo. Ao todo, 1 tonelada de droga também foi apreendida.

Acompanhe tudo sobre:RoubosCelulares

Mais de Brasil

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT