Um membro da família de Caio Oliveira, uma das vítimas mortas em um tiroteio na Escola Raul Brasil, comparece ao funeral coletivo em Suzano (Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2019 às 20h44.
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira, 2, Geraldo de Oliveira Santos, de 41 anos, suspeito de ter fornecido o revólver calibre 38 usado no massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, que terminou com a morte de dez pessoas, incluindo os dois atiradores, no dia 13 de março. Antes, três pessoas já haviam sido presas por negociar a arma e munições com os responsáveis pelo ataque.
Sem passagem anterior pela polícia, Santos foi preso em Suzano e teria usado um intermediário para vender o revólver a G. T. M., de 17 anos, apontado como o líder do massacre, segundo a investigação. O dinheiro para pagar pela arma, no entanto, seria de Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, o outro atirador. A estimativa é que a dupla tenha gastado cerca de R$ 7 mil na compra de 16 itens usados na chacina.
No início do mês, a polícia já havia detido o homem apontado como intermediário da venda. Trata-se do mecânico Cristiano Cardias de Souza, o Cabelo, de 47 anos, também em Suzano. Ele já tinha passagem por receptação de veículo. A negociação com os atiradores aconteceu por celular e através de perfis falsos no Facebook.
No dia seguinte, os policiais prenderam mais dois suspeitos, o vigilante particular Adeilton Pereira dos Santos e o comerciante Tathiano Oliveira Queiroz, que teriam sido responsáveis por vender munições. O primeiro foi pego no Jardim Helena, zona leste de São Paulo, e também foi preso em flagrante por estar com um revólver com a numeração raspada na ocasião. Já o segundo foi detido em Heliópolis, na zona sul da capital.
As prisões dos suspeitos aconteceram após a Justiça decretar prisão temporária por 30 dias. Todos devem responder pelo crime de homicídio.
Investigação
Um estudante de 17 anos está internado na Fundação Casa, suspeito de ser "mentor intelectual" do massacre. A defesa, entretanto, nega que ele tenha qualquer participação no crime.
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo investigam, ainda, um quarto aluno, de 17 anos, suspeito de incitar o massacre. Ele teria trocado mensagens por WhatsApp com o jovem que está apreendido. No inquérito, o jovem aparece como "participação de menor importância".