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Polícia prende 2 suspeitos ligados a refino de petróleo furtado

Segundo a polícia, os irmãos sabiam que refinavam óleo com origem ilegal

Petrobras: atualmente, qualquer empresa pode montar uma refinaria no Brasil para a produção de derivados de petróleo, com as devidas licenças (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras: atualmente, qualquer empresa pode montar uma refinaria no Brasil para a produção de derivados de petróleo, com as devidas licenças (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de maio de 2017 às 21h21.

Rio de Janeiro - Duas pessoas ligadas à refinaria Superoilbras, em Cosmópolis (SP), foram presas nesta sexta-feira por suspeita de envolvimento com uma quadrilha de furto de combustíveis da Petrobras, informaram polícia e o Ministério Público.

As prisões preventivas dos irmãos Anderson Daniel Espego e Adelcio Rogério Espego, supostos sócios da refinaria, ocorreram no âmbito da segunda etapa da operação Ouro Negro, iniciada em março deste ano.

Segundo a polícia, eles sabiam que refinavam óleo com origem ilegal. Os dois suspeitos foram denunciados à Justiça pelos crimes de organização criminosa para prática de furto qualificado de combustível e de petróleo cru.

A Reuters não conseguiu contato com a empresa Superoilbras ou com os acusados, mas em seu website na Internet a companhia afirma ser especializada na venda de óleos combustíveis para caldeiras, fornos e usinas de asfalto e que atua há dez anos nesse segmento.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão nas casas dos acusados em Paulínia (SP) e em locais apontados como sede de uma outra refinaria e de uma transportadora, ambas supostamente utilizadas pela quadrilha em São Paulo.

Atualmente, qualquer empresa pode montar uma refinaria no Brasil para a produção de derivados de petróleo, com as devidas licenças.

No entanto, 13 das 17 refinarias em operação no país são da Petrobras, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os altos custos para manter uma unidade de processamento de petróleo e o forte controle estatal histórico do Brasil nos preços dos combustíveis desencoraja outros investidores a montar um negócio como esse, apesar de previsões de órgãos estatais verem uma forte necessidade de novos investimentos no setor.

Na primeira etapa da operação Ouro Negro, em março, foram presas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais 13 pessoas acusadas de envolvimento em furtos de petróleo e combustíveis de dutos da Petrobras.

Na ocasião, os investigadores já tinham encontrado documentos e notas fiscais que ligavam a Superoilbras com outras empresas investigadas no suposto esquema.

"As empresas atuavam de forma conjunta e fariam parte do mesmo esquema descoberto em março deste ano. Encontramos óleo cru nas localidades e vimos que as empresas exercem atividade em conjunto", afirmou à Reuters o delegado Roberto Gomes Nunes, da área de proteção ambiental da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

"O esquema continua, mas numa proporção menor porque estamos em cima da quadrilha."

A quadrilha, segundo as autoridades, atuou pelo menos entre junho de 2015 e março deste ano. Somente em 2016, desviou 14 milhões de litros de petróleo e de derivados, causando prejuízos para a estatal de mais de 33 milhões de reais, segundo a polícia do Rio de Janeiro.

A técnica para o furto consiste em uma instalação clandestina feita na tubulação de transporte de produto da empresa. A atividade pode causar sérios danos ao meio ambiente, com possíveis vazamentos, além de colocar vidas em perigo, já que se trata de produto altamente inflamável.

As ligações clandestinas foram instaladas em vários terrenos em Caxias, Magé, Nova Iguaçu e, até mesmo, próximo ao Arco Metropolitano.

As investigações para a operação Ouro Negro começaram a partir de denúncias da própria Petrobras que, no ano passado, registrou um forte aumento no número de furtos e tentativas de furtos de combustíveis. Foram 73 ocorrências em 2016, ante 14 em 2015 e apenas uma em 2014, segundo publicou a Reuters em março.

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