Interior da boate Kiss, destruída pelo incêndio deixou 239 mortos na cidade de Santa Maria (REUTERS/Policia Civil)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 14h56.
São Paulo - A Polícia Civil de Santa Maria (RS) encaminha na tarde desta quinta-feira à Justiça da cidade gaúcha o pedido de prisão preventiva por mais 10 dias dos quatro investigados no incêndio que matou 239 pessoas na boate Kiss, em 27 de janeiro.
Elissandro Sphor e Mauro Hoffmann, sócios da boate, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, respectivamente vocalista e produtor da banda Gurizada Fandangueira, terão as prisões temporárias vencidas no próximo domingo (3) e podem ser soltos, o que motivou os delegados que apuram o caso a pedir a prisão preventiva deles.
"Além de garantir a ordem pública, o pedido nos dá mais tempo e uma folga considerável para avançarmos nas investigações", disse o delegado Sandro Meinerz, da equipe que investiga o caso.
O pedido será avaliado pelo juiz Ulysses Louzada, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria. Ele solicitará vistas ao Ministério Público antes de tomar a decisão. "Como o caso é prioridade, certamente uma decisão sairá antes do fim do prazo das prisões temporárias", acredita o delegado.
No pedido, os delegados citam ainda que as provas colhidas mostram o dolo eventual e que os investigados poderão responder por homicídio doloso (com a intenção de matar).
"Caso comprovada a asfixia por gás carbônico e por cianeto, o homicídio é qualificado, um crime hediondo", disse Meinerz. Ainda segundo ele, cerca de 500 depoimentos foram colhidos pela polícia, que ainda aguarda laudos da perícia na boate para concluir as investigações.