Moradores da Favela Sônia Ribeiro, conhecida como favela do Piolho, tentam recolher alguma coisa em meio aos barracos e pertences queimados (Agência Brasil/Marcelo Camargo)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 19h20.
São Paulo - A Polícia Civil ouvirá os bombeiros que agiram no combate ao incêndio que atingiu a favela do Piolho, na zona sul de São Paulo.
O porta-voz da Corporação, capitão Marcos Palumbo, será chamado a depor para apresentar os indícios que o levaram a acreditar que a ocorrência foi criminosa, como declarou nesta segunda-feira, 08, à reportagem.
O inquérito que apura as circunstâncias do ocorrido foi aberto na 27ª DP, Campo Belo, sob responsabilidade do delegado Marcos Gomes de Moura.
A perícia técnica já foi realizada nos destroços dos barracos e casas e poderá apontar o que iniciou o fogo. De acordo com a polícia, ainda não há prazo para que o laudo seja entregue. "Não descarto nenhuma hipótese", disse Moura.
Os primeiros passos da investigação incluem o depoimento de agentes que trabalharam no combate ao incêndio na noite do domingo e madrugada desta segunda.
Policiais militares, bombeiros e membros da Defesa Civil serão chamados para relatar o que presenciaram. A polícia confirmou que, entre eles, também será chamado o capitão Palumbo, porta-voz dos bombeiros, para que apresente os indícios ditos à imprensa.
Palumbo disse acreditar em um incêndio criminoso. "Pode ter acontecido algo criminoso ali. Tem essa grande suspeita porque não é normal ter aquela quantidade de labaredas em ocorrência atendida tão prontamente", disse o oficial em entrevista nesta segunda.
A primeira viatura dos bombeiros chegou ao local quatro minutos após o primeiro chamado. Outro fator apresentado pelo oficial foi a forma como os bombeiros foram recebidos por alguns moradores ao chegar à comunidade: com pedradas, pauladas e tiros. Nenhum bombeiro ficou ferido.
A Polícia Civil também expediu ordem de serviço para agentes irem a campo apurar informações da ocorrência e ouvir moradores.
A falha em um hidrante na rua Cristóvão Pereira, nas imediações da favela, também será apurada pela polícia. Esse fator, no entanto, não assumirá grande relevância na investigação, segundo a polícia, já que o objetivo principal do inquérito é esclarecer as causas do incêndio.