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Polícia investiga morte de dois amigos após consumo de uísque adulterado com metanol em Pernambuco

Uma das linhas de investigação é que a bebida teria sido comprada por uma das vítimas em um caminhão na cidade de Belo Jardim

Agência o Globo
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Publicado em 2 de outubro de 2025 às 07h52.

A Polícia Civil de Pernambuco investiga a origem de uma garrafa de uísque que estaria contaminada com metanol e teria causado a morte de dois amigos. Um terceiro que consumiu a bebida sobreviveu, mas perdeu parte da visão. A garrafa teria sido vendida em um caminhão em Belo Jardim, distante cerca de 45 km de Lajedo, no agreste do estado.

Nessa terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia anunciado três possíveis vítimas de bebidas adulteradas por metanol no estado. Nesta quarta, a polícia revelou a suspeita de mais uma morte relacionada à contaminação por metanol. O caso não havia sido contabilizado porque o paciente morreu antes de chegar ao hospital que registrou as notificações. Das quatro vítimas, três são os amigos de Lajedo. Elas foram identificadas como:

Jonas da Silva Filho, que morreu na madrugada do dia 29 de agosto, antes mesmo de ser transferido para o Hospital da Mestre Vitalino, em Caruaru. Por isso, seu caso ainda não havia sido notificado.

Celso da Silva, de 43 anos, que deu entrada no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, no dia 2 de setembro e morreu uma semana depois, no dia 9.

Marcelo dos Santos Calado, de 32 anos, que foi atendido também na unidade de Caruaru a partir do dia 4 e recebeu alta no dia 23, com perda da visão.

A outra vítima — que também passou pelo Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, e teve o caso notificado na terça-feira — é um homem de 30 anos, da cidade João Alfredo. Ele foi internado no dia 26 e teve a morte confirmada na última terça-feira.

Garrafa de uísque suspeita

De acordo com Cledinaldo Orico, delegado titular de Lajedo, uma das linhas de investigação é que a bebida teria sido comprada por uma das vítimas em um caminhão na cidade de Belo Jardim, que "possivelmente veio de São Paulo". No entanto, ele ressaltou que os depoimentos do sobrevivente são contraditórios.

“Um sobrevivente disse que foi a pessoa falecida que comprou, depois ele modificou (a versão)”, disse Orico. “Uma das versões é de que um deles comprou o produto para revenda. Ao que tudo indica, ele não tinha desconfiança da corrupção tóxica dessa bebida e fez a ingestão.”

De acordo com Orico, a esposa de uma das vítimas também apresentou algumas garrafas de uísque supostamente contaminadas. Elas passarão por perícia, assim como os corpos dos mortos.

“Eles estavam ali juntos e fizeram esse consumo. As cidades não são distantes. Inclusive, houve um festival de rock lá em Lajedo, período em que eles fizeram esse consumo”, afirmou Orico.

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo registrou um surto de intoxicações por metanol decorrente do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Até terça-feira (30), eram 22 casos, sendo sete confirmados e 15 em investigação. No país, já são 29 casos suspeitos de contaminação por metanol.

“Importante ressaltar que esse assunto, hoje, é um tema de alerta nacional”, pontuou a diretora da Apevisa, Karla Baêta.

A diretora também informou que a agência está em contato com a superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em Pernambuco, órgão responsável pelo registro, fiscalização e regulamentação de bebidas alcoólicas no Brasil.

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