Brasil

Polícia indicia 22 por incitação ao crime em Fortalaleza

22 dos 30 ativistas detidos antes do jogo Brasil e México estão sendo indiciados por incitação ao crime

Policiais vigiam a chegada dos torcedores para o jogo do Brasil e México, em Fortaleza (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Policiais vigiam a chegada dos torcedores para o jogo do Brasil e México, em Fortaleza (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 23h40.

Brasília - Depois de passarem mais de quatro horas esperando o sistema de informática das delegacias de polícia (DP) voltar a funcionar, em Fortaleza, 22 dos 30 ativistas detidos antes do jogo Brasil e México, no Estádio Castelão, estão sendo indiciados por incitação ao crime.

De acordo com a defensora pública Gina Kerly, que acompanha os procedimentos na 16ª Delegacia de Polícia, os detidos devem assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e serem liberados ainda hoje (17), mas os processos contra eles seguirão.

Kerly afirma que a Defensoria Pública questionou a existência de provas, “mas houve insistência no procedimento. Agora, devemos tomar uma medida cabível, depois de concluídos os procedimentos”, disse.

A advogada Mayara Justa, que acompanha o caso na delegacia, explicou que os detidos foram enquadrados pelo Artigo 41, Item “b”, do Estatuto do Torcedor, que diz que é crime “promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos”.

Mayara Justa conta que “tinha ficado tudo acordado de que eles seriam liberados após a identificação, porque os próprios policiais que os trouxeram para a delegacia afirmaram que eles não portavam nada.

Depois, o delegado trouxe a nova notícia de que ele teria que fazer o procedimento”.

Nenhum dos manifestantes deve ser preso em flagrante. Sobre as denúncias de violência policial, Mayara informou que a Rede Nacional de Advogados Populares e o coletivo de assessoria Flor de Urucum devem oficiar as instituições competentes, como a Corregedoria da Polícia Militar, para que as denúncias sejam investigadas.

O ato popular contra gastos públicos na Copa teve a participação de comunidades ameaçadas de remoção, movimento estudantil, partidos políticos, entidades sindicais, Movimento Passe Livre, Comitê pela Desmilitarização da Polícia e Comitê Popular da Copa.

Iniciado às 11h30, o protesto chegou nas proximidades do Estádio Castelão.

Antes do início da partida entre Brasil e México os manifestantes foram dispersados pela PM, após terem, segundo a polícia, fechado uma das vias de acesso ao Castelão.

Também há relatos de que um ônibus foi apedrejado pelos manifestantes, que foram afastados do estádio por bombas de efeito moral e jatos de água lançados pelo Caminhão de Controle de Distúrbios Civis.

A Agência Brasil tentou contato com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, mas os telefonemas não foram atendidos.

Na delegacia, os delegados que acompanham o caso não puderam falar,sob a alegação de que estavam fazendo os procedimentos oficiais.

Acompanhe tudo sobre:ProtestosEsportesFutebolProtestos no BrasilPolícia MilitarCopa do Mundo

Mais de Brasil

Formação de ciclone na Argentina provoca alertas de chuvas em estados de três regiões do Brasil

Disputa de 2026 será por 10% do eleitorado desinteressado que busca pelo novo, diz CEO da AtlasIntel

Crise das bebidas com metanol: Procon fiscaliza mais de de mil bares de SP em uma noite

Lula viaja para Roma neste sábado e se encontrará com papa Leão XIV