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Polícia identifica autor de ameaças contra vereadora amiga de Marielle

O nome do homem que ameaçou de morte Talíria Petrone não foi divulgado, mas a polícia confirmou que ele admitiu motivação política

Mortes: Talíria era amiga da vereadora Marielle Franco, também do PSOL, assassinada no último dia 14 (Ricardo Moraes/Reuters)

Mortes: Talíria era amiga da vereadora Marielle Franco, também do PSOL, assassinada no último dia 14 (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2018 às 11h46.

Rio - A Polícia Civil identificou e interrogou esta semana o homem que ameaçou de morte a vereadora Talíria Petrone (PSOL), de Niterói, na região metropolitana do Rio. O nome do acusado não foi divulgado, mas a polícia confirmou que ele admitiu ter feito as ameaças "por motivos políticos".

Parlamentar mais votada do município, única mulher na Câmara Municipal, negra e feminista, Talíria era amiga da vereadora Marielle Franco, também do PSOL, assassinada no último dia 14.

O partido não acredita que os dois casos estejam relacionados. O caso das ameaças à Talíria foi encaminhado ao Ministério Público Estadual. O homem foi indiciado por injúria, calúnia e difamação e liberado.

Histórico

As ameaças à vereadora começaram nas redes sociais. "Desde o início do mandato, numa Câmara majoritariamente conservadora, com muitos representantes da extrema direita, sofro ameaças", contou a vereadora.

"Enfrento muitas reações: são ataques sistemáticos nas redes sociais, em que sou chamada de 'vagabunda', em que dizem que se me encontrarem na rua vão 'meter uma bala na minha cara', para eu 'voltar para a senzala'."

Depois, a hostilidade ficou mais visível. A sede do PSOL em Niterói foi invadida por um homem armado, que ameaçava a vereadora. Segundo assessores, latas de tinta são mantidas na sede só para apagar pichações contra ela. Em eventos públicos, são comuns xingamentos e ameaças como "só matando mesmo".

"Mas chegou ao ápice em 14 de novembro, quando foram feitas ligações sistemáticas para a sede do PSOL, me chamando de 'piranha', de 'vagabunda', dizendo que iam explodir a sede do partido, me matar com uma bomba", contou Talíria. Ela registrou queixa na 76ª Delegacia de Polícia, em Niterói.

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