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PF prende Yunes e coronel Lima, amigos de Temer, em inquérito sobre portos

A Polícia Federal também prendeu o dono da Rodrimar e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi

JOSÉ YUNES: “seria uma honra ajudar o amigo de 50 anos a colocar o país nos trilhos” / Felipe Rau/ Estadão Conteúdo (Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

JOSÉ YUNES: “seria uma honra ajudar o amigo de 50 anos a colocar o país nos trilhos” / Felipe Rau/ Estadão Conteúdo (Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

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Clara Cerioni

Publicado em 29 de março de 2018 às 07h51.

Última atualização em 29 de março de 2018 às 10h20.

São Paulo - A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temerinformou o advogado de defesa de Yunes, na operação Skala.

A ordem de prisão para cinco dias foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF investiga se Temer recebeu propina de empresas do setor portuário. Ainda não se sabe os motivos da detenção, mas a polícia se recusou a comentar sobre a operação por "determinação do STF".

Além de Yunes, outras prisões foram confirmadas na mesma operação: Antonio Celso Grecco, dono da Rodrimar; Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura e ex-diretor da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal que administra o porto de Santos; o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima, todos próximos ao presidente Temer; e a empresária Celina Torrealba, uma das donas do Grupo Libra, também beneficiada pela MP dos Portos.

Segundo o jornal O Globo, há, ainda, um mandado de prisão contra Milton Ortolan, ex-secretário-executivo do Ministério da Agricultura.

Entenda

Yunes, que é advogado, e o coronel Lima tiveram seus sigilos bancários quebrados pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso na mesma decisão em que foi decretada a quebra do sigilo de Temer no âmbito do chamado inquérito dos portos.

Também como parte dessa investigação, a PF enviou diversas perguntas a Temer no início deste ano, incluindo se ele sabia da entrega de valores pelo doleiro Lúcio Funaro a Yunes e se o presidente orientou Yunes e o coronel Lima a receberem os recursos e se o dinheiro foi usado por Temer.

Nesse inquérito, Temer é investigado ao lado de aliados sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição do decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar, que opera áreas do porto de Santos.

O que dizem as defesas

José Luis Oliveira Lima, advogado de Yunes, considera a prisão ilegal e uma violência contra a cidadania. "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que mesmo intimidado ou espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar", disse Lima em nota.

 

 

 

 

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