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Polícia Federal prende Indio da Costa em operação

Ele é alvo de investigação sobre um esquema de fraudes que causou prejuízo de R$ 13 milhões aos Correios

Indio da Costa: político já foi candidato ao governo fluminense e à prefeitura da Rio e concorreu à vice-presidência de José Serra em 2010 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Indio da Costa: político já foi candidato ao governo fluminense e à prefeitura da Rio e concorreu à vice-presidência de José Serra em 2010 (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 14h28.

São Paulo — A Polícia Federal (PF) prendeu no Rio nesta sexta-feira, 6, no âmbito da Operação Postal Off, o ex-deputado Indio da Costa. Ele é alvo de investigação sobre um esquema de fraudes que causou prejuízo de R$ 13 milhões aos Correios.

Indio da Costa já foi candidato ao governo fluminense e à prefeitura da Rio e concorreu à vice-presidência de José Serra em 2010.

Cerca de 110 policiais federais cumpriram 12 mandados de prisão e 25 ordens de busca e apreensão em três Estados - Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Na capital fluminense, foram 28 mandados judiciais (nove de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão). O superintendente estadual de Operações dos Correios Cléber Isaías Machado, também foi capturado na ação.

Já na capital mineira os agentes realizaram buscas em um endereço ligado aos investigados e cumpriram uma ordem de prisão temporária. No Estado de São Paulo a ação foi realizada nos municípios de Cotia, Bauru e São Caetano, com cumprimento de cinco buscas e dois mandados de prisão preventiva. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Florianópolis.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões das contas e bens dos investigados, incluídos carros de luxo e duas embarcações.

Em coletiva, o delegado Christian Luz Barh, da Polícia Federal em Santa Catarina, apontou que entre os investigados estavam empresários, funcionários do alto escalão dos Correios 'e um elemento político'.

Barth explicou o esquema. "As grandes empresas que necessitam desse serviço de postagem - entrega de faturas, documentos em geral - têm um volume muito grande de correspondências. Elas precisam de empresas que façam a produção, a preparação de postagem e entrega no Correio, para que entre no fluxo postal", disse. "Eles tinham várias formas de burlar, às vezes com a ajuda de funcionários dos Correios, e colocavam no fluxo postal sem pagamento."

A investigação teve início em Santa Catarina em novembro de 2018 e apurou que um grupo criminoso que contava com a participação de funcionários dos Correios fazia com que grandes cargas postais dos clientes da empresa fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao real.

A investigação identificou ainda solicitações e pagamentos de vantagens indevidas envolvendo empresários, funcionários públicos e agentes políticos, configurando indícios de corrupção passiva e concussão.

Segundo a PF, os investigados poderão ser indiciados por corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Defesas

Os Correios enviaram nota à reportagem. "Com relação aos mandados cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (6), em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais, os Correios informam que estão colaborando plenamente com as autoridades. A empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência."

A reportagem tenta contato com as defesas do ex-deputado Indio da Costa e do superintendente Cléber Isaías Machado. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.

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