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Polícia Federal paralisa trabalhos e ameaça greve na Copa

"Agentes cruzaram os braços temporariamente em todos os estados, menos no RJ e em SP, onde estão previstas manifestações maiores semana que vem", diz Jones Leão


	Policiais federais suspenderam as atividades temporariamente, em alguns casos por algumas horas, para realizar manifestações nos próprios locais de trabalho
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Policiais federais suspenderam as atividades temporariamente, em alguns casos por algumas horas, para realizar manifestações nos próprios locais de trabalho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 18h06.

Rio de Janeiro - Os agentes da Polícia Federal paralisaram suas atividades provisoriamente nesta quarta-feira em 25 dos 27 estados do país e ameaçaram declarar greve durante a Copa do Mundo se suas reivindicações por melhores condições de trabalho não forem atendidas.

"Os agentes cruzaram os braços temporariamente em todos os estados, menos no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde estão previstas manifestações maiores semana que vem", disse à agência Efe o presidente da Federação Nacional de Policiais Federais, Jones Leão.

De acordo com o dirigente sindical, os policiais federais suspenderam as atividades temporariamente, em alguns casos por algumas horas, para realizar manifestações nos próprios locais de trabalho.

Além de reajuste salarial, melhores condições de trabalho e plano de carreira, os agentes federais exigem uma reestruturação na instituição.

A Polícia Federal é responsável pelo controle das fronteiras, dos aeroportos e portos, e pelo combate de crimes federais, como narcotráfico, contrabando e corrupção.

"Há sete anos nossos salários não são corrigidos, nem pela inflação. O governo já reajustou o salário de todos os funcionários públicos, mas se esqueceu dos policiais federais", criticou Leão.

"Mas não protestamos só pelos salários. Nossos problemas são muitos e grandes e a solução exige uma reestruturação da Polícia Federal. O trabalho atualmente é inviável. A relação de 15 mil policiais há alguns anos foi reduzida para dez mil este ano. A força é insuficiente; muitos agentes têm que trabalhar até 12 horas diárias e os aeroportos estão desprotegidos", afirmou.


O líder sindical disse que as negociações com a direçãoda PF não avançaram e que, caso as reivindicações não sejam atendidas, os agentes estão dispostos a parar durante a Copa do Mundo, que começa 12 de junho e vai até 13 de julho.

"A decisão de parar atividades no Mundial permanece. Alguns sindicatos regionais já aprovaram a paralisação por tempo indeterminado a partir de fim de maio. A possibilidade de que a PF esteja em greve durante a Copa é real", afirmou Leão.

De acordo com outros dirigentes sindicais, a Polícia Federal pode manter as atividades principais durante o torneiro, mas cruzar os braços nos aeroportos, onde são responsáveis por verificar a documentação dos milhares de turistas esperados para a Copa e identificar possíveis terroristas ou torcedores violentos.

A direção da Polícia Federal, que até agora não se manifestou sobre as paralisações nem sobre a ameaça de greve, informou que o governo propôs um aumento salarial para os agentes do 15,8%, mais do que o dobro da inflação do ano passado, o9 que foi rejeitado pela categoria.

O sindicato dos agentes da Polícia Federal está entre os que, a 50 dias do Mundial, pretendem aproveitar a proximidade do evento para pressionar por aumentos salariais maiores do que os negociados até agora.

Funcionários de outros setores ameaçaram fazer greve durante a Copa, como os de produção de bebidas e alimentos, de transporte aéreo, do transporte público e de hotelaria.

Os sindicatos pretendem repetir o sucesso alcançado por funcionários da construção civil, que tiveram elevados reajustes salariais após paralisarem obras estratégicas para o Mundial, como os estádios das 12 cidades-sede.

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