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Polícia Federal indicia atual presidente da CPTM

O diretor de operações da companhia também foi indiciado


	CPTM: Lavorente e Bandeira são os únicos servidores públicos que ainda estão no cargo que constam da lista de indiciado
 (Marcos Santos/USP Imagens)

CPTM: Lavorente e Bandeira são os únicos servidores públicos que ainda estão no cargo que constam da lista de indiciado (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 07h44.

São Paulo - O presidente e o diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), respectivamente Mário Bandeira e José Luiz Lavorente, estão entre os 33 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investigou o cartel no setor metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008, nos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Lavorente e Bandeira são os únicos servidores públicos que ainda estão no cargo que constam da lista de indiciados, entre doleiros, ex-funcionários do governo, empresários e executivos das multinacionais que teriam participado de conluio para obtenção de contratos no Metrô e na CPTM.

A PF também indiciou funcionários e ex-funcionários das multinacionais Alstom, Siemens, Bombardier, Mitsui, CAF e Ttrans.

Todos os indiciados são investigados pelos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de cartel, crime licitatório, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Cerca de R$ 60 milhões dos alvos estão bloqueados. O inquérito chegou à Justiça Federal na segunda-feira.

O nome do ex-diretor da CPTM, José Roberto Zaniboni, também está entre os 33 indiciados pela PF, conforme revelou nesta quinta-feira, 04, o jornal O Estado de S.Paulo. Ele é acusado de receber propina das empresas via lobistas.

O esquema foi revelado em outubro de 2013, pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, em delação premiada à PF.

Em seu depoimento, Rheinheimer relatou sobre suposto pagamento de propina de multinacionais a deputados e funcionários públicos.

Zaniboni mantinha conta secreta na Suíça com saldo de US$ 826 mil. O dinheiro, segundo seu advogado, Luiz Fernando Pacheco, já foi repatriado pelo próprio Zaniboni, com recolhimento de impostos.

Ontem, uma delegação de procuradores e promotores brasileiros se reuniu em Berna com integrantes do Ministério Público da Suíça.

A meta é identificar o percurso do dinheiro encontrado em contas em Zurique.

Os autos foram remetidos para o Supremo Tribunal Federal, órgão que detém competência para processar os parlamentares citados por Rheinheimer na delação.

O depoimento prestado por Rheinheimer à Justiça foi ratificado pelas provas reunidas no inquérito.

O Supremo devolveu à PF parte da investigação que não atingia autoridades com foro privilegiado.

Depois disso, a polícia passou a colher depoimentos e rastrear eventuais fluxos de recursos ilícitos em contas dos suspeitos no caso do cartel.

Alguns investigados já haviam sido indiciados antes da remessa do inquérito ao STF. A outra parte foi enquadrada após o retorno dos autos.

Procurada pela reportagem, a Alstom informou por meio de nota que "não pode se manifestar" em razão de o inquérito correr sob segredo de Justiça.

A Siemens disse apoiar o "total esclarecimento" do episódio e reforçou ter tido "proatividade" ao divulgar os resultado das auditorias que deram início às investigações da Polícia Federal.

Também por meio de nota oficial, a Mitsui afirmou estar colaborando com as investigações que estão em andamento.

A empresa também informou que não vai comentar a menção de um ex-funcionário na lista de indiciados da Polícia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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