Brasil

Polícia do Rio poderá cobrar identificação de mascarados

A partir de hoje, policiais estão autorizados a abordar pessoas mascaradas ou com rosto coberto em protestos e exigir documento com foto


	Manifestante: "A pessoa não será presa. Ela será liberada após a identificação criminal e poderá voltar para a manifestação usando a máscara", explicou o promotor Décio Gomes
 (REUTERS/Gustavo Vara)

Manifestante: "A pessoa não será presa. Ela será liberada após a identificação criminal e poderá voltar para a manifestação usando a máscara", explicou o promotor Décio Gomes (REUTERS/Gustavo Vara)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 16h41.

Rio de Janeiro – A partir de hoje (3), policiais estão autorizados a abordar pessoas mascaradas ou com rosto coberto em protestos e exigir documento com foto e a levá-las para delegacia para identificação criminal com foto e impressões digitais.

A Justiça concedeu o aval a pedido da Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas, formada pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, Polícia Militar e pela Secretaria de Segurança Pública.

O promotor Décio Gomes, do Ministério Público do Rio de Janeiro, negou que a medida seja coercitiva e declarou que servirá para coibir que indivíduos, com rostos cobertos, aproveitem para cometer atos de vandalismo nos protestos.

"A pessoa não será presa. Ela será liberada após a identificação criminal e poderá voltar para a manifestação usando a máscara. Mas poderá ser abordada inúmeras vezes”, explicou o promotor. “A ideia é se o Estado é obrigado a se identificar por meio de seus agentes, aqueles que quiserem se manifestar de forma legítima também serão obrigados a se identificar”.


O delegado Ruchester Marreiros Barbosa, que também faz parte da comissão, explicou que o objetivo da medida é identificar pessoas que cometeram atos de vandalismo durante protestos. De acordo com o delegado, 50 pessoas tiveram os rostos captados por câmeras, mais sem a checagem de identificação. A polícia conseguiu identificar os nomes de mais 18.

“A identificação criminal vai permitir que com as imagens [da polícia] a gente possa confrontá-las com as já identificadas no inquérito policial, vai ajudar nas investigações”, disse o policial. Segundo ele, a recomendação é que a abordagem policial seja filmada pelos agentes para garantir a transparência da ação.

As fotos dos indivíduos ficarão armazenadas em um banco de dados até o término das investigações, sem prazo para terminar, e serão comparadas com outras imagens.

Outra medida determinada pela Justiça exige que os policiais militares tenham identificação visível, com os nomes e do batalhão a que pertencem. Gomes informou ainda que a lista dos policiais envolvidos nessas operações deverá ser encaminhada ao Ministério Público com 24 horas de antecedência.

O coronel da Polícia Militar, Paulo Henrique de Moraes, informou que a nova abordagem será amplamente usada nas comemorações ao dia 7 de setembro, quando estão previstas manifestações por todo o país. Além disso, as Forças Armadas vão ajudar na segurança na capital fluminense e em outros municípios.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMetrópoles globaisMinistério PúblicoPolícia CivilPolícia MilitarProtestosProtestos no BrasilRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi

Ex-vice presidente da Caixa é demitido por justa causa por assédio sexual