Lady Gaga no Rio: cantora norte-americana se apresentou na orla de Copacana, no Rio, neste sábado (Kevin Mazur/Getty Images)
Repórter
Publicado em 4 de maio de 2025 às 10h58.
Última atualização em 4 de maio de 2025 às 12h38.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou ter evitado um ataque a bomba durante o megashow da cantora Lady Gaga, neste sábado, 3, que contou com a presença de cerca de 2,1 milhões de pessoas na orla de Copacabana.
Batizada de "Fake Monster", a operação contou com a participação de agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e da 19ª DP (Tijuca). Além da colaboração do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A ação visava desarticular um grupo responsável por disseminar discurso de ódio e elaborar um plano de ataque, com foco principal em crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+. A operação também contou com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
O nome da operação faz referência ao uso de perfis falsos por aliciadores, que se apresentavam como fãs da Lady Gaga, conhecidos como "little monsters", para recrutar participantes e disseminar conteúdos criminosos. "A escolha ressalta a falsidade da identidade digital utilizada para cooptar adolescentes, travestida de inocência e pertencimento, mas operando em redes fechadas com conteúdos violentos e autodestrutivos", explicou o Ministério da Justiça em um comunicado.
Em um vídeo divulgado no X (antigo Twitter), a Polícia Civil mostrou detalhes da operação em conjunto com a pasta para impedir o ataque ao show.
🚨OPERAÇÃO FAKE MONSTER‼️ | A Polícia Civil RJ, em conjunto com o Ministério da Justiça, impediu um ataque a bomba que ocorreria no show da Lady Gaga, em Copacabana, Zona Sul RJ. O responsável pelo plano foi preso e um adolescente apreendido. pic.twitter.com/oa39v5YWEd
— Polícia Civil RJ (@PCERJ) May 4, 2025
A "Operação Fake Monster" foi desencadeada a partir de uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que identificou que os membros do grupo estavam recrutando participantes, inclusive adolescentes, para realizar ataques coordenados com explosivos improvisados e coquetéis molotov.
O objetivo era ganhar notoriedade nas redes sociais por meio de um "desafio coletivo". Durante a operação, um homem foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo, e um adolescente foi apreendido por armazenamento de pornografia infantil no Rio de Janeiro.
Os alvos da operação estavam ativos em plataformas digitais, promovendo a radicalização de adolescentes e a disseminação de conteúdos criminosos, como discursos de ódio, automutilação, pedofilia e violência, tudo como parte de um movimento de pertencimento e desafio entre jovens, informou a Polícia Civil do Rio, em nota.
A investigação foi motivada por um alerta da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil, que resultou em um relatório técnico elaborado pelo Ciberlab da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do MPSP.
A ação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos em diversos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Macaé, Cotia, São Vicente, Vargem Grande Paulista, São Sebastião do Caí, Campo Novo do Parecis, entre outros. Dispositivos eletrônicos e outros materiais foram apreendidos nas residências dos alvos e serão analisados para reforçar as investigações.
Em um desdobramento da operação, agentes também cumpriram um mandado de busca e apreensão em Macaé, onde um indivíduo que ameaçava matar uma criança ao vivo foi encontrado. Ele responderá pelos crimes de terrorismo e induzimento ao crime.
De acordo com a polícia, a operação foi planejada para neutralizar as atividades digitais dos envolvidos sem causar pânico ou distorcer as informações para o público, garantindo a segurança dos participantes do evento.