Cachoeira: segundo a Polícia Civil, a investigação identificou que, mesmo preso, Cachoeira chefiava o grupo, que levou o esquema de Goiás para o DF (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2012 às 20h19.
Brasília - A Polícia Civil desarticulou hoje (24) um grupo que explorava cassinos no Distrito Federal. Foram presas três pessoas acusadas de envolvimento no esquema comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o final de fevereiro, em Brasília. Segundo a Polícia Civil, a investigação identificou que o esquema “migrou” de Goiás para o DF e, mesmo preso, Cachoeira chefiava o grupo.
As prisões de Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio Júnior e Bruno Gleidson Soares Barbosa ocorreram nas primeiras horas de hoje, na Operação Jackpot. Queiroga e Olímpio Júnior já haviam sido presos durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por integrarem a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Contudo, foram soltos depois de receberem habeas corpus da Justiça.
Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Henry Lopes, depois da Operação Monte Carlo, o esquema criminoso “migrou” de cidades goianas do Entorno de Brasília para o Distrito Federal. Na operação de hoje, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Sobradinho, na Ceilândia, na Asa Norte, na Asa Sul, no Jardim Botânico, no Gama e no Lago Norte. Foram apreendidos um cofre, R$ 8,9 mil em espécie, e vários cheques na casa de Raimundo Washington.
“Acreditamos que, com essa operação, o grupo criminoso foi desbaratado por completo no Distrito Federal. É preciso que essas pessoas continuem presas para que não possam voltar a atividade criminosa”, disse o delegado. Ele informou que a polícia pediu também a prisão de José Olímpio Queiroga, mas o pedido foi recusado pela Justiça. Para Henry Lopes, a prisão dele é essencial para desarticular a quadrilha.
Os presos são acusados de formação de quadrilha, crime contra economia popular e exploração de jogos, que é uma contravenção. Eles ainda podem responder por lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar cinco anos de prisão.
O diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Jorge Xavier, informou que os dados serão repassados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Ele se disse surpreso com o nível de ousadia da organização. “É uma coisa absurda. A CPI vai receber esse material e espero que seja decretada a prisão preventiva deles ou o Estado Brasileiro pode fechar as portas. [É] uma ousadia [o grupo] se instalar na capital da República, ao lado do Legislativo brasileiro”, frisou Xavier.
“O Estado precisa abrir os olhos e combater com energia esse tipo de organização e evitar a impunidade. Não se trata de meia dúzia de exploradores de jogatina, mas de uma gente ousada que enfrenta o Estado brasileiro”, ressaltou o diretor-geral da Polícia Civil do DF.