Manifestantes depredam caixas eletrônicos durante protesto no Rio, em outubro de 2013 (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2014 às 22h24.
Rio - Instaurado em 2013 e entregue ao Ministério Público do Rio na última sexta-feira, 19, o inquérito da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio reuniu informações que basearam a decretação da prisão preventiva de Camila Jourdan e de outros 22 ativistas, acusados de formação de quadrilha.
A prisão foi pedida na sexta-feira pelo promotor Luís Otávio Lopes e ordenada horas depois pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27.ª Vara Criminal.
Por meio de depoimentos prestados por 38 pessoas e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia concluiu que os acusados se organizam em grupos e mantêm uma hierarquia: um deles cuida do planejamento de ataques, outro é responsável por produzir e distribuir bombas, coquetéis molotov e outras armas, outro arregimenta pessoas para executar atos de vandalismo.
A líder geral, segundo a investigação, é Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que comandaria 19 pessoas responsáveis pelos grupos. O terceiro escalão é responsável pela execução dos atos e também por arregimentar novos integrantes para a organização.
O grupo é considerado pela polícia responsável pela depredação de bens particulares, como agências bancárias, lojas e veículos, e do patrimônio público, como pontos de ônibus, placas de trânsito, orelhões e lixeiras, além do arremesso de pedras e artefatos incendiários contra policiais e outros agentes de segurança, causando lesões corporais.
A polícia afirma que o grupo guardava bombas de fabricação artesanal.
Condutas
Além de expor a suposta hierarquia da organização, o inquérito policial lista condutas criminosas praticadas individualmente.
Sininho, segundo a Polícia Civil, incitou manifestantes a incendiar o prédio da Câmara Municipal do Rio durante protesto em 2013, e a queimar um ônibus em outro ato realizado no ano passado.
Eloisa Samy teria ordenado o início de atos de violência, instruído participantes e prestado apoio logístico aos demais líderes do grupo.
Em conversa telefônica gravada, David Paixão, que durante a investigação tinha menos de 18 anos, comemora o lançamento de um coquetel molotov contra um PM.
"Viu, acertei o cara do Choque. Saiu até na televisão", disse a um interlocutor, segundo a polícia. Por causa da idade, David não foi denunciado pelo Ministério Público.