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Polícia detém suspeito de matar PM na Rocinha

O soldado morreu enquanto patrulhava a pé na comunidade junto com outros três policiais, em uma localidade conhecida como Terreirão

Policial Militar prende suspeito de matar PM na favela da Rocinha: hoje em dia, mais de 5.500 policiais atuam nas 25 UPPs que controlam 140 das 750 favelas do Rio de Janeiro (©AFP / Christophe Simon)

Policial Militar prende suspeito de matar PM na favela da Rocinha: hoje em dia, mais de 5.500 policiais atuam nas 25 UPPs que controlam 140 das 750 favelas do Rio de Janeiro (©AFP / Christophe Simon)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 18h32.

Rio de Janeiro - A Polícia militar vasculhou com 130 homens a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, na manhã nesta sexta-feira, e deteve um suspeito de matar o soldado Diego Bruno Barbosa Henriques, de 25 anos, baleado na noite de quinta-feira na comunidade.

O drama aconteceu a poucos dias da inauguração de uma Unidade de Polícia Pacificadora na maior favela do Brasil, que reúne uma população de 120.000 moradores e foi dominada durante mais de 30 anos pelo tráfico de drogas.

O soldado morreu enquanto patrulhava a pé na comunidade junto com outros três policiais, em uma localidade conhecida como Terreirão.

O major Edson Santos, que comanda a operação da polícia na Rocinha, disse à imprensa que soldado "entrou em um beco e se deparou com o criminoso armado, que atirou em seu rosto. O policial caiu no chão. Outro policial atirou contra os bandidos, mas eles conseguiram fugir", explicou.

"O soldado foi socorrido pelos companheiros, mas morreu enquanto estava sendo transferido ao hospital", completou Edson Santos.

No local do crime, a AFP constatou no fim da manhã desta sexta-feira que a parede, decorada com o símbolo da Copa do Mundo que o Brasil sediará em 2014, ainda estava manchada com sangue.

O coronel Rogéria Seabra, coordenador geral das UPPs, disse aos jornalistas que a polícia já deteve um suspeito, que seria um menor de idade.

"Encontramos com ele balas do mesmo calibre (9mm) daquelas que mataram o policial", revelou o coronel, que ainda explicou que o suspeito foi localizado do graças a denúncias anônimas de moradores da comunidade.


Apesar de a operação ter mobilizado 130 policiais com fuzil na mão, a população andava tranquilamente pelas ruas e todos os estabelecimentos comerciais estavam abertos.

A Rocinha está sendo ocupada desde novembro do ano passado por soldados do Batalhão de Operações Espaciais (Bope) e do Batalhão de Choque, antes da inauguração oficial da UPP, prevista para a próxima quinta-feira.

"A situação melhorou muito desde novembro. Não vemos mais 'bondes' (grupos de traficantes armados nas ruas). Aqui está tranquilo, foi lá no alto que mataram o policial, disse à AFP uma faxineira de 56 anos que vive na parte de baixo da comunidade da Rocinha desde os 14.

O governador do Rio de Janeiro, Ségrio Cabral, disse nesta sexta-feira na rede Twitter que o crime era "mais uma ação desesperada" de marginais diante da instalação das UPPs.

"O Rio de Janeiro pode ter certeza de que não haverá retrocesso nas comunidades pacificadas. O ataque de ontem na Rocinha é mais uma ação desesperada dos marginais", postou o governador.

Com a perspectiva da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, as autoridades iniciaram uma corrida contra o relógio para reconquistar o espaço nas favelas da zona sul, da cidade, a mais frequentada pelos turistas.

Hoje em dia, mais de 5.500 policiais atuam nas 25 UPPs que controlam 140 das 750 favelas do Rio de Janeiro.

Mesmo assim, traficantes ainda protagonizam episódios violentos isolados, como no dia 4 de abril, quando outro PM tinha sido baleado na Rocinha.

No dia 23 de julho, uma policial tinha sido morta em ataque contra a UPP de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade.

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