Blumenau, em Santa Catarina: cidade está entre as que recebe ataques (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2012 às 19h00.
Rio de Janeiro - Pelo menos 36 pessoas foram detidas por suposta responsabilidade na série de ataques violentos registrados nos últimos dias no estado de Santa Catarina, segundo um balanço divulgado nesta quarta-feira pela Secretaria Regional de Segurança Pública.
Os ataques, aparentemente coordenados, principalmente tiroteios a postos policiais e incêndios de ônibus, estão provocando pânico desde a noite da segunda-feira em cidades como Florianópolis, Itajaí, Criciúma, Navegantes e Blumenau.
Apesar das autoridades não descartam nenhuma hipótese, o comissário geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro, afirmou que os atos violentos foram ordenados, aparentemente, por líderes de grupos criminosos que estão presos e que mantêm contato com seus cúmplices fora das prisões.
A ordem para atirar em postos policiais e incendiar ônibus seria uma represália a supostos maus-tratos sofridos por esses presos nas penitenciárias.
''Não podemos dar mais detalhes para não dificultar as investigações, mas essa é nossa principal linha de pesquisa'', afirmou Pinheiro.
Segundo o balanço da Secretaria de Segurança Pública, dos 36 presos acusados de participação em pelo menos 25 diferentes ataques, 21 foram detidos em flagrante por carregarem materiais incendiários, incluindo galões de combustível.
Para fazer frente à onda de violência, as autoridades de Santa Catarina anunciaram uma ação conjunta das policiais civil, militar e rodoviária, assim como troca de informação entre diferentes órgãos de segurança pública.
O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Augusto Grubba, admitiu que a polícia regional também investiga possíveis conexões dos ataques com a onda de violência no estado de São Paulo, que obrigou o governo nacional a intervir na situação.
Entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados oficiais, foram registrados 982 homicídios na área metropolitana de São Paulo, número que representa um aumento de 22% frente ao mesmo período do ano passado, e que é resultado principalmente do aumento de ataques a alvos como postos policiais e ônibus públicos.
Essa onda de violência em São Paulo, que deixou 92 policiais mortos este ano, é atribuída pelas autoridades a uma organização criminosa do estado e que é dirigida de dentro das prisões.
De acordo com algumas ONGs, no entanto, a onda de violência é resultado de uma ''guerra'' entre os grupos criminosos e grupos paramilitares integrados, em sua maioria, por policiais.