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Polícia Civil deflagra megaoperação de combate à violência contra mulher

Operação Resguardo cumpre mandados nos 26 estados e no Distrito Federal

Presos com algemas na cadeia (Caspar Benson/Getty Images)

Presos com algemas na cadeia (Caspar Benson/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de março de 2021 às 12h04.

Na manhã desta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, o Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) deflagrou a Operação Resguardo, a maior ação de combate a crimes de violência contra a mulher do Brasil. No Rio de Janeiro, os agentes devem cumprir 258 medidas cautelares e protetivas, além de mandados de prisão. Segundo a Polícia Civil, são 98 mandados de prisão expedidos pela Justiça do Rio contra agressores. Até as 7h10, 20 pessoas haviam sido presas.

A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi-MJSP), e será realizada nos 26 estados do país e no Distrito Federal.

A ação integrada teve início no dia 1º de janeiro de 2021 em todo o Brasil. Desde então, a Polícia Civil do Rio apurou mais de 30.986 denúncias que culminaram com a instauração de 7.327 inquéritos policiais, 212 mandados de prisão, 353 cumprimento de mandados judiciais, com atendimento de mais de 36.390 mulheres vítimas de violência, e a prisão de 1.367 agressores em todo o estado.

Para a delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas, coordenadora do DGPAM, “essa operação tem uma função simbólica e repressiva”:

— Desde janeiro estamos reunindo dados de violências domésticas e inserindo dados em uma base nacional e hoje, simbolicamente, estamos fazendo essa operação. Fazemos isso hoje porque o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta por igualdade. E o grande problema, a base da violência contra a mulher, está na profunda desigualdade entre sexo, onde as mulheres são todas como objetos e, portanto, sujeitas a punições através de castigos e mortes pelo feminicídio. Essa visão patriarcal de que a mulher é objeto e prioridade do homem é a base de toda a violência. Queremos combater a extrema desigualdade que resulta nessas violências.

Atualmente, existem 14 DEAMs nos 92 municípios do Rio. Segundo a delegada, os maiores números de agressão conta mulheres são de lesão corporal e ameaça.

— Sabemos que tem uma série de violência que elas não compreendem como violência. Tudo começa como algo muito simples. A Maria da Penha diz que a violência começa com um grito e termina na morte. Queremos evitar a morte — afirma Ornelas.

A Polícia Civil alerta que qualquer mulher que esteja sofrendo algum tipo de violência pode ligar para o número 197.

— Quando a mulher tiver dúvida, pode ligar para esse número. Ele cairá direito aqui no departamento e daremos todas as dicas necessárias para essa mulher que esteja sofrendo. Pedimos que denunciem — disse a delegada.

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