Policial observa ônibus incendiado em protesto no Rio: para Abraji a polícia foi a principal agressora dos jornalistas (Fernando Frazão/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 22h07.
São Paulo - A maior parte das agressões realizadas a jornalistas desde o último mês de junho no Brasil, 74% delas para ser exato, foram realizadas por policiais, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Das 96 agressões registradas no Brasil durante os últimos quatro meses e meio, 25 foram realizadas por manifestantes, enquanto os 71 casos restantes foram protagonizados por policiais ou agentes da Força Nacional, afirmou a Abraji em comunicado.
A lista contabiliza as quatro agressões efetuadas hoje contra jornalistas durante os protestos lugar no Rio de Janeiro por ocasião do leilão do Campo de Libra.
Durante o Seminário Internacional sobre Violência contra Jornalistas, organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, que aconteceu hoje em São Paulo, representantes de quatro associações de jornalistas e empresas de comunicação condenaram as agressões a profissionais em todo o país desde o mês de junho.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert), Théo Rochefort, as ações demonstram a incompatibilidade dos manifestantes 'radicais' de 'viver em democracia'.
'Existem mais de 500 emissoras de televisão em todo o país. Só de noticiário nacional, há 14 programas. Se estão insatisfeitos com a cobertura atual, é simples: mudem de canal', afirmou Rochefort.
Já a Abraji qualificou de 'inaceitável' as quase 100 agressões registradas em pouco mais de quatro meses no Brasil e assegurou que o índice 'não é compatível com a democracia e fere o direito da sociedade à informação'..
Para o diretor da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Lourival Santos, é preciso desvincular o ataque aos jornalistas dos ataques aos proprietários dos meios de comunicação.
'O jornalismo não é a manifestação da vontade do dono de uma empresa, mas é a união entre a liberdade de expressão e a liberdade pública de acesso aos meios de comunicação', defendeu Santos.
No seminário também esteve presente o ex-secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, que alertou para a necessidade de analisar as causas que provocaram o aumento da violência contra os meios de comunicação.
'Em que momento ocorreu algo para que a sociedade civil não tenha o respeito pela importância da imprensa no processo político?', questionou Gregori. EFE