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Polícia busca fugitivos da Rocinha em outras favelas do Rio

A polícia suspeita que criminosos de outros morros que ficam ao redor da mata podem ter dado abrigo aos bandidos

Operações das Forças Armadas em ocupação da Rocinha, no Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Operações das Forças Armadas em ocupação da Rocinha, no Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de setembro de 2017 às 11h07.

Rio - O batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Ações com Cães (Bac) estão no Morro do Borel, na Tijuca, zona norte do Rio, na manhã desta terça-feira, 26. O objetivo é localizar bandidos que possam ter fugido da favela da Rocinha, na zona sul, pela mata da Floresta da Tijuca.

A polícia suspeita que criminosos de outros morros que ficam ao redor da mata podem ter dado abrigo aos bandidos. Nenhum resultado havia sido divulgado até às 10h.

Na manhã desta terça, a Polícia Militar realiza novamente operação na Rocinha em busca do chefe do tráfico Rogério 157 e seus aliados envolvidos nos últimos confrontos na região.

Na segunda-feira, 25, o Bope também fez operação em outra favela do Complexo da Tijuca, o morro do Turano, que também tem ligação com a mata. Relatos de moradores do morro reforçaram a suspeita de que traficantes da Rocinha usaram a mata como rota de fuga.

Segundo essa versão, na madrugada de sábado chegaram ao Turano homens desconhecidos, sujos de lama e folhas. O mais provável é que os suspeitos tenham andado pela floresta até o Horto e lá embarcado em veículos para chegar a favelas da Tijuca.

A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo da semana passada, dia 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, os tiroteios deixaram um morto.

Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão.

A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.

Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continuaria no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.

Na segunda-feira, 18, o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior.

Depois de quase uma semana de tiroteios no Rio, as Forças Armadas foram chamadas na sexta-feira, 22, para cercar a Rocinha - a mais conhecida comunidade da capital -, diante do reconhecimento de que o Estado perdeu o controle na guerra deflagrada pelo crime.

Ao todo, 950 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão mobilizados, além de dezenas de blindados e helicópteros. Mais três batalhões do Exército, que somam quase 3 mil homens, estão prontos, caso a situação se agrave.

Balanço

Desde o início dos conflitos na Rocinha seis suspeitos foram mortos e outros quatro ficaram feridos, além de um adolescente ter sido atingido por bala perdida. O jovem passa bem. Nove pessoas foram presas em flagrante e outras oito foram detidas no cumprimento de mandados expedidos pela Justiça.

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