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Polícia apura se denúncia de estupro na UFPR teve motivação política

Vítima disse que o crime foi cometido por grupo e que a motivação seria o fato de ela estar usar um adesivo da campanha #EleNão

Violência sexual: Centro Acadêmico de Ciência Sociais diz que identificou pichações com os dizeres "B17" e com suásticas nas paredes do centro (iSotck/Thinkstock)

Violência sexual: Centro Acadêmico de Ciência Sociais diz que identificou pichações com os dizeres "B17" e com suásticas nas paredes do centro (iSotck/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 13h26.

A Policia Civil paranaense investiga se há motivação política em uma denúncia de estupro no Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A vítima, que se declara mulher transexual, de 22 anos, disse que o crime foi cometido por um grupo de garotos e que a motivação seria o fato de ela estar usar um adesivo da campanha #EleNão - contrária à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

O relato foi postado no site do Mapa da Violência. A denúncia anônima é investigada pela Delegacia da Mulher de Curitiba. Nas redes sociais, o centro acadêmico informou quer tomou conhecimento do caso por meio da internet, mas que, até o início da semana, não havia sido contactado pessoalmente pela vítima.

"Não vamos colocar em descrédito o relato da vítima pois, o tempo todo, vítimas de estupro são culpabilizadas. Nos colocamos a serviço do acolhimento da vítima, mesmo que essa mulher não se sinta à vontade para a exposição do ocorrido. O corpo docente, juntamente com os estudantes, está articulando formas de lidar com o acontecido de forma a verificar os fatos."

Repúdio

O Centro Acadêmico de Ciências Sociais publicou, também em sua página no Facebook, uma nota de repúdio, por meio da qual se coloca à disposição da vítima para auxiliá-la no que for necessário - inclusive para tomar medidas legais e na busca por apoio psicológico. "Não podemos banalizar esse como mais um caso estatístico". O centro apela para o fim da "crescente onda de violência".

Na nota, a entidade diz que também identificou pichações com os dizeres "B17" e com suásticas nas paredes do centro acadêmico e informa que vai repensar a abertura do local em todos os turnos do dia - incluindo à noite - para estudantes de ciências sociais, de outros cursos e para a comunidade externa.

Em momentos anteriores, nas redes sociais, quando questionado sobre a violência atribuída aos seus simpatizantes, Bolsonaro afirmou que rechaça qualquer tipo de agressão e que não tem como controlar as pessoas.

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