Em diversos sites, os falsificadores prometem entregar os diplomas de curso superior em prazos de até dez dias (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil do Paraná vai investigar a denúncia da Rádio Estadão publicada na segunda-feira (05) no jornal O Estado de S. Paulo sobre o comércio de diplomas de ensino superior falsificados.
Os certificados de conclusão, entre eles da área médica, são vendidos livremente na internet por até R$ 6 mil.
"Nós vamos imprimir todo o material divulgado na internet, instaurar um inquérito para aprofundar as investigações e formularemos pedidos de rastreamento dos responsáveis", diz o delegado do Nuciber da Polícia Civil do Paraná Demétrius Gonzaga de Oliveira.
Mas o delegado afirma que o País não está "plenamente preparado" para lidar com os crimes praticados pela internet e o rastreamento do usuário responsável pela colocação das informações na internet é demorado.
"Mesmo com a abertura do inquérito e a comprovação das vítimas, é lamentável que muitas vezes nós dependamos de respostas que demoram mais de um ano ou dois para vir até nós", disse Oliveira. O delegado defende que somente após mudanças na legislação brasileira os crimes cibernéticos serão combatidos com mais eficiência.
Em diversos sites, os falsificadores prometem entregar os diplomas de curso superior em prazos de até dez dias. Eles também ressaltam que o documento entregue terá um suposto reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e será "oficializado", com a publicação no Diário Oficial da União.
No site Sucesso Corp (www.sucessocorp.com.br), por exemplo, é preciso enviar documentos à faculdade indicada pelo negociador e pagar 60% do valor, como sinal. Por um diploma de Pedagogia, o valor da fraude chega a R$ 4,5 mil.
Citadas na gravações dos fraudadores como universidades que teriam seus diplomas falsificados, a Universidade Presbiteriana Mackenzie afirma que é "praticamente impossível de ser realizado dentro da universidade" e a Universidade Paulista (Unip) diz que "os sistemas adotados pela instituição inviabilizam o esquema de confecção de diplomas a não formandos".
Mudança de posição
Depois de alegar que não era responsável por apurar as denúncias, o MEC mudou de posição. Em nota, a pasta explica que, apesar da emissão do diploma ser de responsabilidade de universidades, acompanha todas as denúncias de irregularidades e as encaminha para a Polícia Federal.
O Ministério da Educação afirma ter encaminhado, no dia 25 de outubro passado, um ofício à Polícia Federal com denúncias sobre a de venda de diplomas universitários pela internet. No documento, o MEC informa que solicitou providências na área criminal, com a punição dos responsáveis, além da retirada de sites e anúncios.