Brasil

“Poder de polícia” para desconto. E para os crimes de verdade?

Ministro Sergio Etchegoyen afirmou nesta segunda (4) que o governo vai fiscalizar "com toda a energia" postos para garantir desconto sobre o diesel

Posto: Etchegoyen reconheceu ser possível que o desconto de R$ 0,46 sobre o diesel, já disponível na rede BR Distribuidora, não tenha chegado a outros pontos de venda (Sergio Moraes/Reuters)

Posto: Etchegoyen reconheceu ser possível que o desconto de R$ 0,46 sobre o diesel, já disponível na rede BR Distribuidora, não tenha chegado a outros pontos de venda (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2018 às 18h07.

Última atualização em 4 de junho de 2018 às 22h13.

O Brasil é o país onde 60.000 pessoas são assassinadas todos os anos, e que precisa recorrer às forças armadas para conter a crise de segurança em seu terceiro estado mais populoso, o Rio de Janeiro. É também o país que não consegue solucionar nove em cada dez assassinatos, nem mesmo os mais midiáticos, como o da vereadora carioca Marielle Franco, morta há quase três meses. Mas é também o país que vai concentrar suas forças de fiscalização e de polícia no cumprimento de uma missão surrealista: garantir que os postos de combustível repassarão o desconto prometido pelo governo. A multa para os donos de postos “criminosos” pode chegar a 9,4 milhões de reais.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sergio Etchegoyen, afirmou nesta segunda-feira que o governo federal usará todo o poder de polícia que detém para garantir o desconto de 0,46 real por litro no preço do óleo diesel nos postos de gasolina. Segundo ele, a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, já aplicou o desconto em todo o seu estoque, mas ainda é possível que o novo valor não tenha chegado a alguns pontos de venda.

De acordo com o ministro, estão superadas as questões relativas à segurança, defesa e ao abastecimento provocadas pela paralisação dos caminhoneiros. O foco do governo, a partir de agora, será a fiscalização para garantir a implementação das medidas acordadas com os caminhoneiros. Etchegoyen afirmou que fiscalização será feita com “toda a energia que a situação exige”.

Questionado sobre prisões de agressores anunciadas pelo governo, o ministro e que não teriam se concretizado, disse que “não poderia falar”, mas assegurou que os processos continuam, assim como as ações judiciárias. A julgar pelo padrão brasileiro, devem seguir com a lentidão e a imperícia habituais.

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