Marina Silva: ela e Campos participaram de uma oficina de meio ambiente em São Paulo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 16h48.
São Paulo - A ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) na disputa pela Presidência, disse nesta quinta-feira em São Paulo que eles estão fazendo um projeto de governo para deixar a contribuição do desenvolvimento sustentável.
Os dois participaram de uma oficina de meio ambiente como parte das atividades para elaboração do programa.
"O PSDB deixou a contribuição da estabilidade econômica, o PT da inclusão social e nós queremos deixar a grande contribuição do desenvolvimento com sustentabilidade", disse.
Marina reconheceu o esforço de Campos com relação às pautas ambientais em Pernambuco, estado que governou nos últimos sete anos, lembrando que o pessebista convidou Sérgio Xavier (PV), seu adversário na eleição de 2010, para comandar a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) - pasta criada por Campos.
"A inflexão que o Eduardo fez foi quando ele não tinha no horizonte que nós íamos nos encontrar, foi uma escolha dele", disse a ex-senadora."Fazemos agora esse encontro mostrando que é possível deixar essa contribuição", acrescentou.
Campos defendeu sua gestão em Pernambuco com relação às pautas ambientais.
"O Porto de Suape tinha 30 anos de passivo ambiental que foram corrigidos no nosso governo", disse ao ser questionado sobre destruição de manguezais e arrecifes na região do porto.
Campos afirmou ainda que seu governo teve uma ampla experiência de diálogo com pescadores.
"Há um reconhecimento de todo o movimento ambientalista de Pernambuco de como nosso primeiro governo avançou nas questões ambientais e de que nosso segundo governo avançou mais ainda", disse Campos.
Xavier, também presente ao evento, deu suporte à argumentação de Campos, mas apenas em relação aos últimos três anos e meio, ou seja, o segundo mandato do governador que o teve como secretário.
"Nos últimos três anos, o governo do Estado fez mais coisas na área ambiental que na soma dos 32 anos anteriores (de construção de Suape)", disse o ambientalista.
Ele também afirmou que houve a criação da maior reserva de Mata Atlântica, com ações de reflorestamento, e que em três anos, a área de proteção integrada de Pernambuco cresceu 385%.
Apesar dos resultados que Campos tem a apresentar, a avaliação da gestão ambiental de seu governo não é consenso em Pernambuco.
A Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan) é crítica da devastação da vegetação de caatinga gerada pelas obras de transposição do rio São Francisco.
A Associação dos Pescadores de Sirinhaém, na região do Porto de Suape, reclama da destruição dos manguezais e alega que o momento é o pior para área em décadas.
Em 2012, esses danos levaram o Ministério Público Federal a propor uma ação civil pública contra Suape e a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH).
Em setembro de 2013, a própria CPRH multou o complexo por crime ambiental em R$ 2,5 milhões.
A punição resultou da denúncia de pescadores de que obras de dragagem e derrocamento estariam afetando o ecossistema e provocando a morte de espécies de peixes protegidas por lei.