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Pode haver nova greve se Temer não negociar, diz Força Sindical

Paulinho da Força afirmou que outra greve poderá ser organizada se Temer não negociar alterações nas reformas trabalhista e previdenciária

Paulinho da Força: a conta da crise tem que "ser paga por todos, não só pelos trabalhadores", disse (José Cruz/Agência Brasil)

Paulinho da Força: a conta da crise tem que "ser paga por todos, não só pelos trabalhadores", disse (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de maio de 2017 às 12h40.

São Paulo - Com o impulso da greve, na última sexta-feira (28), a Força Sindical realiza na manhã desta segunda-feira, 1º, seu evento do Dia do Trabalho.

Com forte discurso contra as reformas da Previdência e trabalhista defendidas pelo governo Michel Temer, o ato reúne 150 mil pessoas, segundo a organização, na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo.

O presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, afirmou que outra greve poderá ser organizada se Temer não negociar alterações nas reformas trabalhista e previdenciária. De acordo com ele, a conta da crise tem que "ser paga por todos, não só pelos trabalhadores".

A Força Sindical é contrária, principalmente, ao fim da contribuição sindical e à nova idade mínima para aposentadoria.

"Na (reforma) trabalhista, queremos discutir principalmente a contribuição sindical, que enfraquece o lado dos trabalhadores e permanece intacto o lado patronal", disse no início das comemorações do Dia do Trabalhador em São Paulo.

"O presidente não pode imaginar que é o dono do Brasil. Ele tem que ouvir a população: 71% não concordam com as reformas", acrescentou, citando dado da pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda.

"Espero que governo tope negociar para fazer uma reforma civilizada e para que as pessoas possam entender que foi feita uma reforma para salvar do buraco em que o governo do PT nos deixou. Acho que ele (Temer) ouviu (as reivindicações da população na greve geral). Ele está só fazendo de conta (que não)", afirmou.

Na sexta-feira, o presidente divulgou uma nota em que não mencionava a greve, apenas criticava "atos isolados de violência."

Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer defendeu as mudanças na lei trabalhista, dizendo que a reforma marca um "momento histórico".

"A nova lei garante os direitos não só para os empregos diretos, mas também para os temporários e terceirizados. Todos com carteira assinada. Portanto, concede direitos àqueles trabalhadores que antes não tinham. Empresários e trabalhadores poderão negociar acordos coletivos de maneira livre e soberana. O diálogo é a palavra de ordem", afirmou. "Ao cumprimentar o trabalhador, trago mensagem de otimismo. De crença no Brasil e na força de cada um para transformar o nosso país."

O evento da Força Sindical terá apresentações de cantores como Michel Teló e Zezé Di Camargo & Luciano e sorteio de 19 carros oferecidos pela montadora Hyundai.

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