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Pode faltar gás no País a partir de 2015, diz estudo

Estudo aponta para o déficit potencial de 2,5 milhões de metros cúbicos por dia no ano que vem


	Tubulações condutoras de gás natural: estudo mostra que o déficit deve gradativamente crescer até 2018
 (Wikimedia Commons)

Tubulações condutoras de gás natural: estudo mostra que o déficit deve gradativamente crescer até 2018 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 19h05.

Rio - O fantasma da falta de gás natural pode voltar a rondar o País a partir de 2015. Um estudo produzido pelo governo sobre o planejamento da malha de gasodutos aponta para o déficit potencial de 2,5 milhões de metros cúbicos por dia no ano que vem, com a demanda superando a oferta até 2022, pelo menos.

Esse dado consta na primeira versão do Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário, o Pemat 2013 - 2022, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O estudo, divulgado esta semana, mostra que o déficit deve gradativamente crescer até 2018, quando alcançará 12 milhões de metros cúbicos por dia. Ao final do período analisado, em 2022, o déficit de gás cai para 6,2 milhões de metros cúbicos por dia.

O estudo mostra que a demanda potencial por gás saltará de 102,2 milhões de metros cúbicos por dia, em 2013, para 180,4 milhões de metros cúbicos por dia, em 2022, crescimento de 76,8%. Já a oferta de gás deve aumentar 68,2% no período, de 102,3 milhões de metros cúbicos por dia para 172,1 milhões de metros cúbicos por dia. Vale destacar que o governo federal incluiu no lado da oferta os recursos não-descobertos em campos detidos pela União e pelas petrolíferas.

Para que o déficit ocorra, porém, algumas premissas precisam se concretizar. O governo prevê expansão de 20,4% da demanda não termelétrica (indústrias, residências, comércio e veículos) de 2014 a 2015, de 68 milhões de metros cúbicos por dia para 91,6 milhões de metros cúbicos por dia. Isso parece pouco provável em razão do baixo crescimento da economia brasileira. O estudo considera que 100% das termelétricas estarão operando o ano inteiro, algo improvável mesmo diante das incertezas do setor.

Esse cenário mostra os desafios do governo federal no planejamento do mercado de gás natural no País. A mobilização da EPE e do MME em elaborar uma proposta de expansão dos gasodutos revela a meta de ampliar de oferta de gás, ao propor as alternativas para que o insumo chegue ao mercado consumidor.

O Pemat identificou sete projetos que permitiriam o atendimento da demanda por gás no Pará, Minas Gerais e dos estados da região Sul. Os sete gasodutos somam 4,097 mil quilômetros de extensão, têm capacidade de transporte total de 32,5 milhões de m?/d e exigirão investimentos de R$ 13,62 bilhões.

Hoje, a malha de gasodutos do País soma 9,2 mil quilômetros, muito abaixo da dimensão da rede de países como EUA e China.

O projeto mais significativo é a expansão do trecho sul do gasoduto Brasil - Bolívia, um investimento de R$ 4,6 bilhões e extensão de 1,17 mil quilômetros. Esse gasoduto é altamente aguardado pelas concessionárias do Sul, que há anos pedem aumento na oferta de gás para atender a crescente demanda na região.

Nenhum dos sete projetos, contudo, será levado a licitação neste momento, como prevê a Lei do Gás, de 2009, por não serem viáveis economicamente ou porque não há certeza sobre o volume de gás disponível para ser transportado nos dutos. O Pemat ficará em consulta pública até o dia 26 de fevereiro. Os agentes do setor também podem sugerir a inclusão de projetos no estudo, caso do gasoduto Itaboraí (RJ) - Guapimirim (RJ), proposto pela Petrobras e com capacidade de transportar 17 milhões de de metros cúbicos por dia. O MME promete publicar a versão definitiva do estudo até o final do primeiro trimestre deste ano.

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