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Pobres ficam na espera de ingressos das Olimpíadas

A promessa do prefeito do Rio de destinar mais de 1 milhão de ingressos gratuitos das Olimpíadas 2016 a crianças de escolas pobres continua em veremos


	Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro: organizadores dos jogos disseram que Paes ainda não apresentou o pedido, mesmo com cerca de metade das entradas para os jogos já vendida
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro: organizadores dos jogos disseram que Paes ainda não apresentou o pedido, mesmo com cerca de metade das entradas para os jogos já vendida (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 21h13.

A promessa do prefeito do Rio de Janeiro de destinar mais de 1 milhão de ingressos gratuitos das Olimpíadas 2016 a crianças de escolas pobres continua em veremos.

Os organizadores disseram que ele ainda não apresentou o pedido, mesmo com cerca de metade das entradas para os jogos já vendida.

Eduardo Paes, prefeito da cidade organizadora, disse há um ano que usaria verba pública para a compra de ingressos após reconhecer que os pobres do Brasil foram praticamente excluídos da Copa do Mundo de 2014, também sediada pelo país.

A venda dos 7,5 milhões de ingressos disponíveis para os jogos é parte vital do compromisso dos organizadores de cobrir o custo de R$ 7 bilhões (US$ 2 bilhões) para receber o evento de 17 dias. Eles disseram que a cidade terá que pagar seus ingressos e que ainda precisa separá-los.

Autoridades da Prefeitura não responderam imediatamente a um e-mail. Carlos Nuzman, presidente do comitê organizador da Rio 2016, disse em uma entrevista coletiva, na quarta-feira, que cabia ao gabinete do prefeito comentar sobre seus planos.

Aproximadamente 3 milhões de ingressos foram comercializados, incluindo cerca de metade dos 4 milhões reservados para o público brasileiro. Mais 1 milhão de entradas foram vendidas para residentes estrangeiros, patrocinadores e federações esportivas.

Os ingressos restantes começarão a ser vendidos por ordem de chegada em outubro.

Eduardo Paes se transformou no rosto público dos jogos. Ele está liderando um programa de regeneração de toda a cidade centrado nas Olimpíadas, que inclui bilhões de dólares em projetos públicos.

“Nós queremos que os Jogos possam ter maior participação da população da cidade”, disse Paes, em agosto do ano passado, ao anunciar o plano de compra de 1,2 milhão de ingressos para que 600.000 crianças em idade escolar possam ir ao evento com um adulto.

As entradas seriam destinadas aos “mais pobres da cidade, que dificilmente conseguem acessar a compra de ingressos para grandes eventos, como foi a Copa do Mundo”.

Torcedores ricos

Devido aos preços dos ingressos para a Copa do Mundo, organizada pela Fifa, que tem sede em Zurique, a maioria dos torcedores que compareceram aos jogos era branca e de classe alta, segundo pesquisas realizadas durante a competição.

Segundo o governo brasileiro, o Brasil possui a maior população negra do mundo depois da Nigéria, que é o país mais populoso da África.

Uma pesquisa do Datafolha mostrou que 67 por cento daqueles que compareceram ao jogo das oitavas de finais entre Brasil e Chile, em 28 de junho de 2014, se classificavam como brancos, enquanto 90 por cento disseram vir das duas classes econômicas mais elevadas do Brasil, que representam cerca de 15 por cento da população do país.

Os organizadores vêm tentando fixar os preços dos ingressos olímpicos de forma a atingir setores mais pobres da sociedade. Cerca de metade das 7,5 milhões de entradas custam menos de R$ 70, sendo que a mais barata custa R$ 40.

Estudantes, idosos e pessoas com deficiências físicas, incluindo obesidade, podem conseguir mais 50 por cento de desconto. Quem compra ingressos de R$ 20 pode dividir os pagamentos em até três parcelas mensais, uma prática comum no Brasil.

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