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PNUD: avanço econômico obrigará América Latina a enfrentar desigualdade

PNUD alerta que a brecha da desigualdade na região diminuiu muito pouco desde a década de 70

Para Heraldo Muñoz, diretor para a América Latina do PNUD, desigualdade é o tendão de Aquiles da região (.)

Para Heraldo Muñoz, diretor para a América Latina do PNUD, desigualdade é o tendão de Aquiles da região (.)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2010 às 13h27.

Washington - O progresso econômico da América Latina a obrigará irremediavelmente a enfrentar o problema da desigualdade em suas sociedades, seu grande tendão de Aquiles, afirmou Heraldo Muñoz, diretor para a América Latina do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Há países (na região) que estão chegando à categoria de contribuintes regulares do PNUD, e isso significa que não vão receber financiamento" para projetos de desenvolvimento, explicou Muñoz em entrevista à AFP.

"É um pouco injusto quando países de renda média ainda enfrentam desafios enormes por causa da desigualdade e da marginalidade de alguns setores", acrescentou.

Brasil, Chile e Peru avançaram o suficiente na última década para alcançar 85% de sua meta de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015, um dos Objetivos do Milênio da ONU.

Estes dados foram divulgados em um relatório da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em Washington, na última quinta-feira.

Por outro lado, o PNUD lembra em outro informe que 10 dos 15 países mais desiguais do mundo continuam sendo latino-americanos.

A brecha da desigualdade na região diminuiu muito pouco desde a década de 70, alerta o PNUD.

"Ainda é cedo demais" para saber quais países podem perder o título de nação em vias de desenvolvimento, que merecem uma atenção especial dos organismos internacionais, indicou Muñoz, após a apresentação do relatório na capital americana.

"Embora seja certo que estes países podem mais, não é verdade que não tenham necessidades de desenvolvimento. Sim, têm necessidades, mas de ordem diferente", argumenta.

Daí o foco do PNUD no problema da desigualdade, segundo Muñoz.

Mais de 150 líderes mundiais se reunirão de 20 a 22 de setembro em Nova York para avaliar o caminho a seguir para os Objetivos do Milênio até 2015.

Os países mais atrasados em suas metas na América Latina precisam crescer bem mais que a média de 4,9% registrada na região entre 2003 e 2008, afirmou Muñoz.

"É uma questão de políticas que precisam ter sustentabilidade no tempo, não apenas responder a ciclos políticos", destacou.

"No México, por exemplo, o estado de Chiapas adotou os Objetivos do Milênio como parte de sua constituição. Na Venezuela, trabalhamos com parlamentares, tanto do governo quanto da oposição, sobre os Objetivos", indicou.

"No Chile, sete em cada dez estudantes universitários vêm de famílias que estão mandando alguém para a faculdade pela primeira vez", lembrou Muñoz, citando um exemplo de inclusão social que pode provocar mudanças profundas.

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