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PMs que agrediram mulher em Parelheiros foram afastados, diz Doria

As cenas de violência policial, reveladas pelo Fantástico, mostram um PM pisando no pescoço de uma mulher de 51 anos para imobilizá-la

Violência policial: Só no ano passado, 5.800 pessoas foram assassinadas por agentes do estado no país (Fantástico/Reprodução)

Violência policial: Só no ano passado, 5.800 pessoas foram assassinadas por agentes do estado no país (Fantástico/Reprodução)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 13 de julho de 2020 às 10h34.

Última atualização em 13 de julho de 2020 às 10h36.

Os policiais militares que abordaram de forma violenta uma comerciante, dona de um bar em Parelheiros, extremo da zona Sul de São Paulo, foram afastados e serão investigados, segundo informou o governador João Doria (PSDB) na madrugada desta segunda, 13.

As cenas, reveladas pelo Fantástico na noite deste domingo, mostram um policial militar pisando no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la. As imagens da violência policial, que podem ser vistas no site do programa, foram gravadas no último dia 30.

Segundo a reportagem, a ação aconteceu após reclamação de uma vizinha do bar sobre barulhos. A comerciante estava com estabelecimento aberto, quando ainda não havia permissão do governo do estado devido a pandemia do novo coronavírus, e um cliente parou o carro com o som alto em frente ao bar.

Ao Fantástico, a mulher contou que quando saiu para pedir ao cliente que abaixasse o volume viu uma viatura e um policial agredindo seu amigo. "Aí eu pedi para o policial não bater mais nele que ele já estava desfalecido, deitado no chão e o policial sobre o rosto dele".

Com a intervenção da comerciante, os policiais passaram a agredi-la. "Ele me bateu e quanto mais eu me debatia mais ele apertava a botina no meu pescoço", disse a vítima que não se identificou com receio da reação dos PMs. À reportagem, a corporação argumentou que houve provocação e que os agentes precisaram reagir.

No Twitter, Doria disse que as cenas exibidas pelo programa "causam repulsa" e classificou a conduta dos agentes como "inaceitável".

A violência policial no Brasil é amplamente discutida pelos setores de direitos humanos da sociedade há anos, mas a questão ganhou projeção nos últimos meses nas redes sociais com a repercussão dos protestos nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd. Só no ano passado, 5.800 pessoas foram assassinadas por agentes do estado no país, segundo levantamento do Monitor da Violência.

Uma ação da Ponte, agência de jornalismo investigativo voltada para a cobertura de direitos humanos, chamada "celular em legítima defesa" também tem impulsionado a divulgação nas redes de situações de violência policial. Pelo menos no último mês, cinco ações violentas da PM-SP foram expostas no Twitter.

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