Brasil

PMs forjam flagrante em homicídio

Dois PMs teriam atirado em um suspeito de tentar explodir terminais eletrônicos bancários que estava rendido e desarmado


	Polícia Militar: um dos policiais envolvidos no caso confessou o crime e detalhou que atirou no suspeito por "raiva"
 (Wikimedia Commons)

Polícia Militar: um dos policiais envolvidos no caso confessou o crime e detalhou que atirou no suspeito por "raiva" (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 09h00.

São Paulo - A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga a participação de policiais militares em um assassinato registrado no início de 2015. Dois PMs teriam atirado em um suspeito de tentar explodir terminais eletrônicos bancários na zona leste da capital paulista. A vítima estava rendida e desarmada.

A investigação teve uma reviravolta após um dos policiais envolvidos no caso, o sargento Marcos Akira Rodrigues Teixeira, confessar o crime e detalhar que atirou no suspeito por "raiva". "Motivos religiosos" o levaram a apresentar a nova versão.

As informações do depoimento do policial foram reveladas pelo Jornal da Globo, da Rede Globo, e levaram a Corregedoria a apurar a participação de outros PMs que teriam agido para encobrir o assassinato.

O sargento Akira estava acompanhado do soldado Djalma Aparecido do Nascimento Júnior durante a ação na zona leste, na virada do ano. Ambos perseguiram o suspeito, Vagner de Sousa Ribeiro, de 32 anos, até uma casa nas imediações do banco assaltado.

De acordo com informações prestadas pelo sargento Akira, o homem teria se rendido, quando foi atingido por dois tiros disparados por ele. Outros quatro tiros foram disparados pelo soldado Djalma Júnior.

O soldado nega a versão apresentada por Akira e sustenta que houve troca de tiros entre a equipe policial e o suspeito.

Armação

Um revólver calibre 32 e três marcas de tiro foram encontrados no local da morte de Ribeiro. Segundo Akira, as marcas eram provenientes de uma encenação que os policiais tentaram montar para sustentar a versão de confronto.

Para o soldado Djalma, os pequenos buracos na parede são, de fato, sinais do confronto.

No começo do mês, ambos foram presos temporariamente sob suspeita de forjar a reação e estão sendo investigados pelo homicídio. No dia 22 de janeiro, a Justiça Militar de São Paulo negou o pedido de revogação da prisão temporária do soldado.

O juiz Luiz Alberto Moro entendeu que ainda persistem as razões que o levaram a decretar a detenção.

A Justiça expediu 17 mandados de busca e apreensão para residências de colegas do sargento e do soldado no dia 20 de janeiro. Além das casas, sedes dos batalhões onde os policiais são lotados também foram revistadas.

Armas não registradas, munição não autorizada e drogas foram localizadas e apreendidas, segundo revelou o site ponte.org.

Quatro policiais militares foram presos administrativamente pela Corregedoria por portar munição de armas de uso restrito.

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato na terça-feira, 27, com o advogado responsável pela defesa do sargento Akira.

O advogado do soldado Djalma não foi encontrado para prestar informações.

A PM informou que o prazo para a conclusão do Inquérito Policial Militar é de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período caso haja necessidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilMortesPolícia MilitarViolência policial

Mais de Brasil

Decisão de Moraes cita seis núcleos e os participantes de tentativa de golpe de Estado

CPI das Bets aprova convocação de Gusttavo Lima e convite a Felipe Neto

Alexandre de Moraes manda para PGR e tira sigilo de relatório da PF que indiciou Bolsonaro

Aneel libera bônus de R$ 1,3 bi de Itaipu para aliviar contas de luz em janeiro de 2025