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PMDB se reúne com Temer, critica governo e preserva Dilma

O manifesto assinado por 54 deputados veio a público na semana passada e obrigou a presidente Dilma Rousseff a conversar com Temer sobre a revolta peemedebista

"vamos ser cautelosos e vamos esperar os 100 por cento", disse Michel Temer (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

"vamos ser cautelosos e vamos esperar os 100 por cento", disse Michel Temer (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 19h54.

Brasília - Um grupo de aproximadamente 30 deputados peemedebistas levou ao presidente em exercício, Michel Temer, nesta terça-feira um manifesto reclamando do prestígio dado ao PT no governo.

Eles pediram que o vice-presidente trabalhe para que essa proeminência petista não prejudique o PMDB nas eleições municipais e que exija maior participação da legenda nas decisões do Executivo.

O manifesto assinado por 54 deputados veio a público na semana passada e obrigou a presidente Dilma Rousseff a conversar especificamente com Temer sobre a revolta peemedebista antes de embarcar para a Alemanha no último sábado.

O documento e a conversa com Temer, porém, não tiveram como alvo a presidente, mas seu governo foi criticado por não atender o maior partido da coalizão de forma adequada.

"Nas propostas e decisões maiores (do governo) o PMDB não tem participado e é visível o esforço do governo para fortalecer o PT", diz parte do texto entregue a Temer.

O deputado Danilo Forte (CE), um dos cabeças do movimento rebelde da bancada, afirmou que Temer concordou com as reivindicações e elogiou o manifesto por animar a militância do partido nas eleições municipais.

"(Ele) falou que entendia nossas reclamações e que os ministros do PMDB estavam sendo tolhidos no governo", acrescentou o parlamentar.


Segundo relato de Forte, os deputados reclamaram que não conseguem ser recebidos pelos ministros, ao contrário do que acontece com os petistas. "Tem deputado pedindo audiência com ministro há oito meses", contou Forte.

Outro deputado, Darcísio Perondi (RS), disse que os peemedebistas estão absolutamente descontentes com o comportamento do governo. "Tudo para o PT e pão e água para os ministérios do PMDB", disse a jornalistas ao sair da reunião.

Na sexta, o Palácio do Planalto demonstrou preocupação com a movimentação dos rebeldes peemedebistas na Câmara, principalmente porque a bancada tem demonstrado uma infalível lealdade ao governo nas votações na Câmara, diferente de outros partidos que diante dos descontentamentos têm votado contra as pretensões do Executivo.

Código Florestal

Esse apoio incondicional ao governo pode estar prestes a ruir na votação do Código Florestal na Câmara, já que nesse encontro os peemedebistas informaram a Temer que pretendem restabelecer as posições da bancada de deputados, que modificam substancialmente o texto aprovado no Senado, defendido ferozmente pelo Executivo.

Uma reunião com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, foi marcada para as 10h desta quarta-feira, na Câmara, para debater o tema com a bancada.

Segundo Forte, as reclamações foram tão fortes que Temer se comprometeu a ir junto com os líderes da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), e do Senado, senador Renan Calheiros (AL), às ministras das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Casa Civil, Gleisi Hoffman, pedir uma mudança no comportamento do governo na relação com o PMDB.

O presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), que participou da reunião, tentou amenizar as reivindicações dos rebeldes e disse que elas não têm como alvo o governo, as lideranças partidárias e nem a presidente.

"Eles querem reforçar as candidaturas municipais e nisso nós concordamos em dar todo o apoio", afirmou.

Nesta quarta, Raupp reúne a Executiva do partido em Brasília para tratar das reivindicações e da disputa municipal.

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