Brasil

PMDB negocia apoio de Dilma a Renan Calheiros

Integrantes do PMDB querem que Renan Calheiros suceda um novo mandato de José Sarney , com o apoio do Palácio do Planalto e do PT

O senador Renan Calheiros: ele pode suceder um novo mandato de Sarney (Agência Brasil)

O senador Renan Calheiros: ele pode suceder um novo mandato de Sarney (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 11h46.

Brasília - O PMDB cobrará um preço para compensar a perda de poder no setor elétrico: a candidatura única do senador José Sarney (AP) à presidência do Senado, devolução da Eletronorte à legenda (hoje ocupada interinamente pelo técnico Josias Matos de Araújo) e apoio do governo no processo de reabilitação de Renan Calheiros (AL). Por essa estratégia, Sarney será eleito presidente do Senado de agora a 2012, e Renan lhe sucederá, com o apoio do Palácio do Planalto e do PT.

Por decisão da presidente Dilma Rousseff, que resolveu fazer uma varredura no setor elétrico, o atual presidente da Eletrobrás, Antonio Muniz Filho, será substituído por Flávio Decat. Muniz Filho é apadrinhado de Sarney, que o quer na Eletronorte, estatal que ele já presidiu. Pelas regras criadas pela presidente, na qual predominará a nomeação de técnicos para as empresas do sistema elétrico, um partido pode adotar o profissional. Muniz Filho é um técnico que acabou caindo nas graças de Sarney.

A Eletronorte deverá tornar-se em breve a mais importante das empresas da holding Eletrobrás, pois estão ligadas a ela as usinas de Tucuruí, Jirau, Santo Antonio e Belo Monte (esta ainda dependendo de licença de instalação por parte dos órgãos ambientais), com capacidade conjunta para gerar pouco mais de 25 mil megawatts. Hoje, quem manda na estatal é Adhemar Palocci, diretor de Engenharia da empresa. Ele é irmão do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

As negociações sobre a saída de Muniz Filho da Eletrobrás foram feitas pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, diretamente com José Sarney. Segundo relato de peemedebistas, Sarney concordou em abrir mão do poder no sistema elétrico porque não tinha outra saída. Em compensação, recebeu do governo a promessa de que será candidato único à presidência do Senado.

E mais: nas negociações, o governo comprometeu-se a apoiar o atual líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), na próxima eleição para a Mesa da Casa. Ou, em caso de afastamento de Sarney por qualquer motivo, a garantir eleição de Renan, reabilitando o líder que foi obrigado a renunciar à presidência do Senado em 2007, depois das denúncias de que uma empreiteira pagava a pensão de uma filha que tivera fora do casamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CongressoDilma RousseffMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRenan Calheiros

Mais de Brasil

Bolsonaro indiciado pela PF: entenda o inquérito do golpe em cinco pontos

O que acontece agora após indiciamento de Bolsonaro e os outros 36 por tentativa de golpe de Estado?

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes