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PMDB e PT rompem aliança de sete anos no Rio de Janeiro

PT anunciou que deixa o governo de Sérgio Cabral (PMDB) em meio a divergências sobre as candidaturas para governador na eleição deste ano


	Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: relação entre os dois partidos estremeceu de vez quando o diretório regional do PT confirmou a candidatura de Lindbergh e anunciou que deixaria o governo do fim do mês de fevereiro
 (GettyImages)

Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral: relação entre os dois partidos estremeceu de vez quando o diretório regional do PT confirmou a candidatura de Lindbergh e anunciou que deixaria o governo do fim do mês de fevereiro (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 13h15.

Rio de Janeiro - O rompimento da aliança entre PMDB e PT no Rio de Janeiro foi confirmado nesta segunda-feira com o anúncio petista de que deixa o governo de Sérgio Cabral (PMDB) em meio a divergências sobre as candidaturas para governador na eleição deste ano.

O divórcio, após sete anos de aliança entre as duas siglas no Estado, coloca em dúvida o empenho do PMDB fluminense na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O rompimento vem depois que tanto petistas quanto peemedebistas insistiram em candidaturas próprias para a sucessão de Cabral.

O governador não abre mão de lançar seu vice, Luiz Fernando Pezão, para o posto, enquanto o PT deve lançar o senador Lindbergh Farias. O anúncio da saída petista do governo Cabral, comentada já desde o ano passado, foi feito após reunião entre o governador e o presidente regional do PT, Washington Quaquá.

Há cerca de 15 dias, a relação entre os dois partidos estremeceu de vez quando o diretório regional do PT confirmou a candidatura de Lindbergh e anunciou que deixaria o governo do fim do mês de fevereiro. As decisões foram tomadas num encontro com a presença do presidente nacional do partido, Rui Falcão.

O PMDB chegou a cogitar a oferecer ao PT a vaga de candidato ao Senado, posto "reservado" para Cabral, que deixará o governo nos próximos dias, para tentar demover Lindbergh da candidatura ao governo do Estado.

"Nós ficamos no governo a pedido do governador... Já queríamos ter feito em novembro do ano passado... como eles viram que não haveria retrocesso da candidatura do Lindbergh tomou-se a decisão", disse Quaquá.

Durante o fim de semana, uma troca de emails entre Cabral e Quaquá praticamente sacramentou o fim da relação. O governador anunciou ao líder petista que não aguardaria até o fim de fevereiro e que anteciparia a exoneração dos petistas em seu governo.


Ao todo, segundo o PT local, o partido ocupa cerca de 400 vagas no Estado, mas esse número pode ser ainda maior. Entre os petistas de maior peso que ocupam vagas no governo do Estado estão Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente e, que é secretario de Ambiente, e Zaqueu Teixeira, ex-chefe de polícia, que está à frente da secretaria de Assistência Social.

"Não tenho apego a cargos", disse Minc em sua conta no Twitter.

A diretoria da executiva regional do PT se reúne ainda nesta segunda-feira para pedir que os filiados deixem seus cargos imediatamente.

Há anos o PT não tem uma candidatura própria ao governo do Rio de Janeiro e, pela primeira vez, tem um quadro político competitivo. Lindbergh aparece na frente das pesquisas de opinião, enquanto Pezão tem apenas 4 por cento das intenções de voto.

A frente dele são citados nomes de outros pré-candidatos como o do Ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB); do deputado federal Anthony Garotinho (PR) e do ex-prefeito César Maia (DEM).

O racha entre o PT e o PMDB fluminense lança dúvidas sobre a posição do partido na campanha à reeleição de Dilma. Enquanto a aliança entre as duas legendas esteve de pé, Cabral foi um fiel escudeiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma e sempre valorizou em seus atos os benefícios obtidos pelo Rio de Janeiro durante a tríplice aliança entre governo federal, governo do Estado e prefeitura.


Agora, com o divórcio entre os partidos, há correntes no PMDB que defendem que Pezão não poderia abrir mão de nenhum tipo de apoio, mesmo que seja de um partido de oposição à Dilma.

"Ele disse que vai apoiar a presidente Dilma Rousseff. O governador tem relação direta com o presidente Lula e com a presidente Dilma. Vai fazer parte da base de sustentação da Dilma no Rio de Janeiro", garantiu Quaquá.

Se esse cenário se confirmar, Dilma terá no mínimo três palanques no Rio de Janeiro com Lindbergh, Pezão e Crivella. "Não vamos nos opor se Lula e Dilma subirem nos outros palanques, mas vamos usar bastante a imagem deles na nossa campanha e o legado deles para nossa campanha", disse Quaquá.

Uma outra possibilidade de palanque para a presidente no Estado é o da deputada federal Jandira Feghali, que é pré-candidata pelo PCdoB.

Cabral não se manifestou após o encontro com Quaquá.

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