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Para The Economist, Temer age como "primeiro-ministro"

O PMDB é a estrela da principal reportagem da editoria "Américas" da revista britânica The Economist que chega às bancas neste fim de semana


	Vice-presidente da República, Michel Temer: função de "primeiro-ministro" no país
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Vice-presidente da República, Michel Temer: função de "primeiro-ministro" no país (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 09h29.

Londres - O PMDB é a estrela da principal reportagem da editoria "Américas" da revista britânica The Economist que chega às bancas neste fim de semana.

Com o título "O poder por trás do trono", a reportagem diz que o "sócio menor do governo está tocando o País". Para a revista, o vice-presidente Michel Temer tem exercido parcialmente o papel de "primeiro-ministro" e Dilma Rousseff "precisará do PMDB mais do que nunca se ela sobreviver até 2018".

A reportagem explica aos leitores estrangeiros a presença do PMDB nos diversos governos brasileiros desde a redemocratização.

"Uma máxima da política brasileira é que ninguém governa sem o PMDB", diz a revista, ao comentar a composição do partido com diversos governos e a força do grupo nos governos locais.

A presença do partido na base governista, porém, nem sempre é fácil.

A reportagem lembra da recente ruptura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo.

Mesmo com o esforço do partido de correr para avisar que a decisão do deputado "era pessoal e não do partido", a Economist diz que o gesto de Cunha preocupa a presidente Dilma Rousseff. "A senhora Rousseff precisará do PMDB mais do que nunca se ela sobreviver até o fim de seu mandato em 2018. Cada vez mais, eles têm tocado o show", diz a revista.

A Economist cita especialmente Michel Temer, que estaria exercendo parcialmente o papel de "primeiro-ministro". "Joaquim Levy, o ministro da Fazenda do corte de gastos, encontra-se com ele mais frequentemente do que com a presidente, dizem assessores de Levy", cita a reportagem, ao lembrar que lideranças do partido prometeram candidato próprio nas eleições de 2018.

Apesar de reconhecer o papel crescente do PMDB, a Economist não comprou a ideia de que o partido concorrerá efetivamente nas próximas eleições presidenciais. "Isso pode ser conversa fiada".

A revista nota que o partido não tem candidato próprio desde 1994 e que, desde então, o ocupante do Palácio do Planalto procura o PMDB "para apoio, mas não para orientação sobre como governar o País".

Uma das razões pode ser a falta de uma linha ideológica mais marcada, diz a revista.

"O programa (do partido) transborda platitudes: sua única posição firme é contra a pena de morte. É mais pró-negócios que pró-mercado, mas muitas vezes faz lobby para benefícios locais e específicos da indústria", diz a reportagem. Essa falta de força do discurso ideológico faz com que o partido tenha a imagem de um "guardião da governabilidade", diz a revista. "Um banqueiro (pró-PSDB) diz que o PMDB é uma razão pela qual o Brasil nunca será a Venezuela."

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