Vista geral do Itaquerão, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 21h12.
São Paulo - Manifestantes que tentarem bloquear o acesso de torcedores à Arena Corinthians, na zona leste de São Paulo, durante a Copa do Mundo, serão reprimidos pela Polícia Militar.
Segundo o coronel Wagner Tardelli, responsável pelo Comando de Policiamento da Copa (CPCopa), a ordem é "garantir o direito constitucional à manifestação", mas também "garantir o direito de ir e vir dos torcedores" que vão aos jogos.
"Especificamente em Itaquera, estamos fazendo um sistema de segurança na Arena Corinthians com o 1.º e o 2.º Batalhões do CPCopa. Existe toda uma estrutura já planejada para evitar fatos como pessoas contrárias (à Copa), que queiram descumprir a lei, se aproximar do estádio. Precisamos também garantir o direito da outra parte, de quem quer ver o jogo. O papel da polícia é garantir o equilíbrio", disse o coronel.
O CPCopa tem 4.500 policiais.
"Se a manifestação violar o direito da pessoa de ir e vir, ela rompeu a legalidade. É quando a polícia vai agir", afirmou Tardelli.
Ao ser questionado sobre eventual uso de bombas e balas de borracha, ele respondeu: "Vamos usar o que for necessário para que o policial esteja seguro. Se for necessário, usaremos a força".
Apesar de a Polícia Militar ter criado o CPCopa especificamente para garantir a segurança do Mundial, serão os destacamentos tradicionais, como a Força Tática dos batalhões de cada bairro e a Tropa de Choque, que estarão de prontidão para lidar com manifestações consideradas violentas.
O chamado pelotão "ninja", formado por policiais com conhecimentos de artes marciais para enfrentamento, sem armas, de manifestantes violentos, também será usado.
"Se houver necessidade, serão encaminhados. É uma tática de sucesso que tem conseguido conter os manifestantes de forma bastante eficaz", disse Tardelli.
Essas equipes serão convocadas, se necessário, pelos comandantes do CPCopa. O comando estará em contato com o centro de monitoramento, coordenado em São Paulo por um delegado da Polícia Federal.
O CPCopa é dividido em três batalhões. Um cuidará da segurança dos estádios e centros de treinamento.
Outro será responsável pelos oito hotéis usados pela Fifa para delegações estrangeiras e convidados VIP, Aeroporto de Guarulhos e pontos turísticos. O terceiro fará a segurança das festas públicas.
Festas
Segundo o tenente-coronel Érico Hammersmith Júnior, que protegerá os espaços públicos, o acesso à Fan Fest - festa da Fifa realizada no Vale do Anhangabaú, no centro, em dia de jogos - será feito por catracas eletrônicas, apesar de o evento ser gratuito.
O motivo é controlar e contar o acesso de torcedores.
"O ingresso é livre, mas todos serão submetidos a uma revista pessoal e das mochilas. Qualquer objeto que possa pôr em risco a integridade física será barrado, como tesouras, facas, objetos pontiagudos e garrafas."
A capacidade do evento será para 50 mil pessoas.
Geopolítica
A delegação dos Estados Unidos, que ficará no Hotel Tivoli Mofarrej, na Alameda Santos, terá um esquema especial, com proteção sendo feita também pelo Exército.
O detalhes do plano serão decididos na semana que vem com a cúpula da segurança da Copa.