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PM-SP diz a ONG internacional que a sociedade que é violenta

A Human Rights Watch denunciou nessa terça a "impunidade" das forças de segurança no Brasil e deu como exemplo atuação da PM nas manifestações do junho de 2013


	Tropa de choque da Polícia Militar: comandante geral da PM acusou a ONG de não conhecer a realidade brasileira e que, portanto, "não pode comparar" com a de outros países
 (Pilar Olivares/Reuters)

Tropa de choque da Polícia Militar: comandante geral da PM acusou a ONG de não conhecer a realidade brasileira e que, portanto, "não pode comparar" com a de outros países (Pilar Olivares/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 19h16.

São Paulo - O comandante geral da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), Benedito Meira, assegurou nesta quinta-feira, em resposta ao relatório apresentado pela ONG Human Rights Watch (HRW), que o corpo de segurança que ele dirige não é violento mas "é a sociedade que é violenta".

"Não dá para comparar a realidade do Brasil com a da Suíça ou das Filipinas. Em nossa realidade, nós estamos caindo com os dados de mortalidade nas operações. Não posso dizer que sejamos violentos. Violenta é a sociedade porque nossa legislação é frágil e dá respaldo para isso", assegurou à Agência Efe.

Durante a apresentação na terça-feira em São Paulo de seu relatório anual sobre Direitos Humanos, a ONG internacional denunciou a "impunidade" das forças de segurança no Brasil, e deu como exemplo a atuação da PM nas manifestações do junho do ano passado contra o aumento das passagens do transporte público.

Além disso, a diretora da HRW no Brasil, Maria Laura Canineu, informou que a ONG também tinha registrado casos de tortura para obtenção de informação e confissões dos detidos.

Diante disso, o coronel Meira aceitou que "pode haver casos pontuais de abusos", mas garantiu que "não se pode dizer que a instituição comete abusos" e que "quando se dão os casos, se apressam responsabilidades".

"Uma coisa é apontar individualmente um abuso de uma pessoa e outra acusar à polícia. Temos pessoas que podem ser violentas e abusar de sua autoridade e temos outras que não", justificou Meira, que ressaltou que "a maioria delas não o faz. Se o fizesse seria um caos".

Além disso, o coronel acusou a ONG de não conhecer a realidade brasileira e que, portanto, "não pode comparar" com a de outros países: "a Human Rights fica ali nos Estados Unidos para saber se (o presidente Barack) Obama está cuidando de seu país ou não?"

Por fim, ele defendeu à corporação das acusações de abuso da força, e disse que o sistema judiciário e a legislação brasileira são os que promovem o crime e permitem a impunidade.

"A Polícia Militar tem que manter a ordem pública. Se alguém conhece uma alternativa que evite o conflito que me dê", disse ele, que criticou que a HRW defenda "veementemente às pessoas que comentem crimes".

Assim, convidou aos que, segundo ele, justificam estes comportamentos: "se são tão bons como eles dizem, que adotem um cada um deles, porque eu como policial militar durante 33 anos sei que o grande problema do país é a impunidade. Se não fosse assim muitas pessoas não cometeriam crimes".

"As penas no Brasil são insignificantes. Deveria haver castigo justo, exemplar, algo que aqui não acontece", finalizou.

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