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PM não viu que porta da viatura estava aberta, diz advogado

Depoimentos dos três policiais militares que estavam na viatura onde foi colocada Claudia Ferreira durou cerca de quatro horas

Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 22h38.

Rio de Janeiro - Durou cerca de quatro horas os depoimentos dos três policiais militares que estavam na viatura onde foi colocada Claudia Ferreira, moradora do Morro da Congonha, que acabou arremessada para fora do veículo quando a porta de trás se abriu. Claudia foi baleada no último domingo (16), durante uma operação policial na comunidade e foi colocada no porta-malas da viatura, que se abriu no caminho e ela foi arrastada por cerca de 350 metros.

Os policiais chegaram às 16h20 e deixaram a 29ª Delegacia de Polícia às 20h30. Eles chegaram e saíram em uma viatura da Polícia Militar (PM), sentados no banco de trás. Os PMs entraram e saíram pela porta de trás da delegacia, para evitar os profissionais de imprensa. Eles estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Presídio de Bangu 8.

O advogado Marcos Espínola, que defende o PM que estava dirigindo a viatura, alegou que o cliente não se deu conta de que a porta traseira do veículo estava aberta e que Claudia estava sendo arrastada na pista. De acordo com ele, o motorista só descobriu isso quando foi alertado por um outro policial. “Ele não viu e só parou a viatura porque um outro policial que estava do lado dele falou para parar, quando ele notou a porta aberta. Aí, eles foram lá e colocaram a senhora para dentro.”

O advogado entrou com pedido de liberdade provisória para o cliente e aguarda decisão da Justiça Militar.

O delegado Carlos Henrique Machado, responsável pela o caso, disse ser importante fazer a reconstituição, mas alegou que é preciso haver um planejamento prévio de segurança, pois o Morro da Congonha é dominado por traficantes. Machado reconheceu que é difícil ouvir moradores da comunidade, pois muitos poderiam ter ou sofrer influência do tráfico.

Segundo o delegado, dois policiais militares que participaram da ação na comunidade, ouvidos mais cedo, afirmaram em depoimento que não viram Claudia quando atiraram contra os traficantes. Mais três PMs vão depor amanhã (20), totalizando oito o número de policiais que participaram da operação no Morro da Congonha.

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