Santa Tereza: a ação foi desencadeada após a morte do turista italiano Roberto Bardella (Mathieu Struck/Flickr)
Agência Brasil
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 20h04.
A Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio, fizeram hoje (16) uma grande operação contra o tráfico de drogas na comunidade de Santa Teresa, região central da cidade.
Intitulada Concordia II, a operação teve o objetivo de desarticular a quadrilha de traficantes que atua nas comunidades do bairro de Santa Teresa.
A ação foi desencadeada após a morte do turista italiano Roberto Bardella, 52 anos, que no dia 8, acompanhado de um primo também italiano, entrou por engano no morro dos Prazeres e acabou morto com dois tiros por traficantes de drogas.
Ele retornava do Cristo Redentor e estava a caminho das praias da zona sul, quando errou o caminho e acabou morto.
O Gaeco denunciou 26 pessoas à 36ª Vara Criminal da Capital pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas, sendo também requerida a prisão preventiva dos denunciados.
A operação cumpriu cinco mandados de prisão contra Leandro Pereira Teixeira ("Cocada"), Natan Vieira da Silva ("Suave"), Jeferson Ferreira de Oliveira ("2F"), Gilkenes Ferreira de Oliveira ("GK") e Marcelo de Oliveira Cruz ("Marcelo Primo").
Entre os denunciados também estão Marcelo da Silva Guilherme, o Marcelinho dos Prazeres, e Israel de Souza da Silva, conhecido como Shaik, os dois já estão presos.
Mais três pessoas foram detidas: duas em flagrante por porte de maconha e material para endolação, e uma por estar evadida do sistema prisional.
Durante as buscas também foram apreendidos um fuzil, uma espingarda calibre 12, três pistolas, carregadores, drogas, dinheiro, dois celulares e um automóvel.
As denúncias feitas pelo MP foram originadas a partir de informações de Inteligência da PM e imagens reunidas por policiais militares que atuam nas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que abrangem as comunidades dos Prazeres, Escondidinho, Júlio Otoni e Coroado.
"O processo de pacificação incomoda traficantes no sentido de poder identificá-los e, eventualmente, prendê-los em flagrante, ou através de um trabalho igual a esse, que começou pela UPP. A ação conjunta com o Ministério Público resultou na expedição de mandados de prisão para 26 criminosos, alguns dos quais estavam até então no anonimato. Se os policiais encontrassem esses traficantes na comunidade sem qualquer flagrante, não poderiam detê-los. A partir de hoje, eles podem ser presos", disse o coronel Antônio Goulart, coordenador de Inteligência da Polícia Militar.
O promotor de Justiça, Fábio Miguel, do Gaeco, ressaltou a importância dos policiais militares para a execução da operação.
"Hoje nós tivemos mais de 150 policiais militares empenhados. Isso é algo que nos engrandece, ao estado e à Polícia Militar. Eu, como promotor de Justiça, fico bastante agradecido pelo apoio incondicional que eles nos deram", disse.