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PM do Maranhão diz que espionagem foi pedida por coordenador das eleições

No dia 6 de abril, foi expedido um ofício interno da PM maranhense em que era solicitado um "levantamento eleitoral"

Flávio Dino: comandante do Policiamento do Interior do Maranhão afirma que a "coleta de dados eleitorais" havia sido solicitada por um "coordenador das eleições de 2018" (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Flávio Dino: comandante do Policiamento do Interior do Maranhão afirma que a "coleta de dados eleitorais" havia sido solicitada por um "coordenador das eleições de 2018" (Elza Fiúza/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de abril de 2018 às 13h44.

São Paulo - Em documento no qual demonstra recuo na espionagem de opositores políticos ao governador Flávio Dino (PC do B) e às prefeituras, o comandante do Policiamento do Interior do Maranhão, coronel Zózimo Paulino da Silva Neto, afirma que a "coleta de dados eleitorais" havia sido solicitada por um "coordenador das eleições de 2018". O ofício foi encaminhado aos Comandos de Policiamento de Áreas do Estado no dia 20 de abril.

A assessoria de imprensa do governo afirmou que Zózimo será ouvido em sindicância que apura os fatos. "Em nenhum momento foi constituída, pelo Comando da Polícia Militar do Maranhão, a função de "coordenador de eleições 2018"".

No dia 6 de abril, foi expedido um ofício interno da PM maranhense em que era solicitado um "levantamento eleitoral". O documento da Secretaria de Segurança Pública maranhense determinou identificação de políticos opositores "ao município" ou ao "Estado" que possam "causar embaraços no pleito eleitoral" e ainda mandou transferir policiais envolvidos com política.

O caso foi divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 20. Na mesma data, um novo ofício foi encaminhado pelo Comando de Policiamento do Interior.

Assinado pelo comandante Zózimo, o documento diz: "Considerando o teor do Memo Circular nº 098/2018-Sec. Adm CPI datado de 06/04/2018, deste CPI (Comando de Policiamento do Interior), e encaminhado a esse CPA (Comando de Policiamento de Área), este comando solicita que seja tornado sem efeito o referido documento, e solicita que informe as unidades subordinadas, para desconsiderar a solicitação contida no documento, sobre a coleta de dados eleitorais, junto aos órgãos competentes, que estão diretamente relacionados ao assunto, solicitados pelo Coordenador das Eleições de 2018".

O caso é investigado pela Procuradoria Eleitoral do Maranhão. Dez partidos de oposição entraram com representação na PGR pedindo para que seja solicitada intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do Maranhão. Na Assembleia Legislativa, deputados colhem assinaturas para a abertura de uma CPI.

Defesas

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão publicou a seguinte nota. "Sobre o memorando enviado pelo coronel Zózimo Paulino, no dia 20 de abril, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) esclarece que:

1. Em nenhum momento foi constituída, pelo Comando da Polícia Militar do Maranhão, a função de "coordenador de Eleições 2018".

2. Qualquer coordenação desta natureza só será feita em momento oportuno, em apoio à Justiça Eleitoral.

3. O Coronel Zózimo Paulino da Silva Neto será ouvido na Sindicância que apura os fatos."

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