Brasil

Plenário do Senado aprova indicação de André Mendonça ao STF

Placar foi de 47 votos a 32. Para que o nome fosse aprovado, eram necessários 41 votos a favor

Aprovado pelo Senado, André Mendonça tomará posse no STF no próximo dia 16 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Aprovado pelo Senado, André Mendonça tomará posse no STF no próximo dia 16 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 1 de dezembro de 2021 às 19h12.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 1º, por 47 votos a 32, a indicação de André Mendonça à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Para que o nome fosse aceito, eram necessários 41 votos a favor. A data da posse ainda será marcada pelo presidente do Supremo, ministro Luiz Fux.

Mais cedo, em sabatina que durou oito horas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a indicação por 18 votos a 9. Ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Mendonça ocupará a vaga aberta com a aposentadoria do ex-ministro Marco Aurélio Mello em julho deste ano.

Apontado como nome “terrivelmente evangélico” prometido por Bolsonaro para o STF, o ex-ministro afirmou, durante a sabatina, que a relação com o presidente “sempre foi republicana” e disse que, ainda que seja "genuinamente evangélico”, não há espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do Supremo.

“A Constituição é e deve ser o fundamento para qualquer decisão por parte de um ministro do Supremo. Como tenho dito quanto a mim mesmo, na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”, afirmou o ex-AGU, na sabatina. Ele se comprometeu a defender a “laicidade estatal e a liberdade religiosa de todo cidadão”.

Mendonça disse que defenderá o direito do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e classificou como “inconcebível” qualquer tipo de discriminação e violência física, moral ou verbal contra a comunidade LGBTQIA+. Na fala, ele lembrou que o STF “equiparou a ação dirigida a essa comunidade com o racismo”.

O ex-ministro também se comprometeu a respeitar a democracia e a harmonia entre os Poderes. Questionado sobre o assunto, ele afirmou que delação premiada “não é elemento de prova” e se posicionou contra a criminalização da política.

"Eu não posso basear uma convicção com base em uma delação. Delação não é acusação. Entendo que o combate à corrupção tem de ser feito respeitando-se direitos e garantias individuais. Os fins não justificam os meios, nós precisamos respeitar a política", disse Mendonça.

Mendonça também reconheceu que foi a favor da possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância, mas ressaltou que o Supremo já reviu esse entendimento. Para ele, a questão está nas mãos do Congresso, e o STF só deve revisar o assunto após “eventual pronunciamento modificativo por parte do Poder Legislativo”.

Durante a sabatina, Mendonça também disse que “há espaço” para porte e posse de armas. Mas, segundo ele, os limites devem ser debatidos. Ele não opinou sobre os decretos do presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto, porque seria impedido de julgar o tema, caso chegue ao STF.

 

Acompanhe tudo sobre:André MendonçaJair BolsonaroSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar