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Planilha liga propina do metrô de SP a campanha do PSDB

PF cruzou relatórios para chegar a um pagamento de R$ 2 milhões em propina em que constam apelidos de José Serra

José Serra e Geraldo Alckmin, durante campanha nas eleições (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

José Serra e Geraldo Alckmin, durante campanha nas eleições (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2017 às 09h37.

São Paulo - O delator Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht, entregou aos investigadores um planilha na qual relaciona recursos da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo a um pagamento de R$ 2 milhões para a GW Comunicação, empresa que foi do marqueteiro Luiz Gonzalez, responsável por campanhas dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin entre 2002 e 2012.

No documento entregue à Lava Jato, BJ não detalhou a forma e os valores repassados à GW. O delator apenas informa que foram "localizados pagamentos para a empresa GW".

Entretanto, em um relatório produzido com base no material apreendido com BJ em uma das fases da Lava Jato, a Polícia Federal lista uma troca de e-mail entre BJ, Marcelo Odebrecht e Fabio Gandolfo, então diretor da empreiteira em São Paulo.

Com o título de DGI (sigla para propina, segundo a PF), a mensagem de 30 de agosto de 2004 aborda a programação de pagamento de R$ 2 milhões relacionados a obra da linha 2 do Metrô com as expressões "comunicação=GW", "careca=amigo PN".

Segundo os delatores, "careca" e "amigo PN" são codinomes do senador José Serra - o último por conta da relação dele com o ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis, seu vizinho em São Paulo.

Segundo a prestação de conta do tucano à Justiça Eleitoral, a GW recebeu R$ 1,8 milhão da campanha vitoriosa em 2004, quando ele foi eleito prefeito da capital.

Procurada, a empresa disse que Gonzalez deixou a firma em 2013. A reportagem não conseguiu contato com o marqueteiro e Serra afirmou que não se manifestará.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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