Brasil

Planalto se divide sobre momento para indicar substituto de Teori

Moreira Franco afirma que decisão de Temer será tomada com calma e serenidade; auxiliares pressionam para evitar ruídos na Lava Jato

 (Wilson Dias/Agência Brasil)

(Wilson Dias/Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 11h54.

Última atualização em 20 de janeiro de 2017 às 12h06.

Brasília - Após a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o Palácio do Planalto se divide sobre o “momento ideal” para indicar o substituto do magistrado. Auxiliares temem que a decisão seja vista como interferência nas investigações da Operação Lava Jato.

Interlocutores do presidente Michel Temer (PMDB) afirmaram a EXAME.com que alguns auxiliares defendem que a indicação do novo ministro do Supremo ocorra “o mais rápido possível para reforçar o compromisso do governo com o andamento das investigações”. Há a preocupação de que a repentina morte do magistrado atrase a homologação dos depoimentos dos executivos da Odebrecht.

Por outro lado, alguns auxiliares do Planalto defendem que o peemedebista espere para bater o martelo sobre o substituto de Teori. “O presidente deve escutar juristas do seu entorno antes de tomar qualquer decisão”, disse uma fonte próxima a Temer.

O que mais dizem os auxiliares de Temer que acreditam que a melhor alternativa é esperar? Para eles, o “timing adequado” para a indicação é aguardar a eleição da presidência do Senado e a definição dos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa. A comissão será responsável por sabatinar o novo magistrado.

“Uma das alternativas para atribuir isenção a escolha de Temer é que ele aguarde a definição do STF sobre como serão redistribuídos os processos da Lava Jato, dos quais Teori era o relator”, disse um interlocutor do presidente.

A EXAME.com, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) Moreira Franco, que teria afirmado inicialmente que a decisão deveria ocorrer “o mais rápido possível”,  disse que o presidente tomará a decisão com “a calma e a serenidade que lhe são características“.

“Entendemos a necessidade de uma nomeação rápida diante da importância do trabalho desempenhado por Teori. Mas tudo deve ser feito com calma”, afirmou Moreira.

Ao desembarcar em Brasília na noite desta quinta-feira (19), a presidente do STF, Cármem Lúcia, disse que ainda não estudou como será a redistribuição dos processos que estavam com Teori. "Não estudei nada por enquanto. A minha dor é humana, como eu tenho certeza que a dor de todo brasileiro por perder um juiz como esse", afirmou.

A interlocutores, Cármem Lúcia disse que, antes de tomar qualquer decisão sobre quem será o novo relator dos processos da Lava Jato no Supremo, conversará com os demais magistrados, com ex-colegas da Corte e com assessores.

Acompanhe tudo sobre:Michel TemerMoreira FrancoMortesOperação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)Teori Zavascki

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas