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Planalto reconhece colaboração no preparo de perguntas

Em nota, o governo reconheceu que colaborou na preparação de perguntas a serem feitas na CPI da Petrobras


	Ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró durante depoimento na CPI da Petrobras
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró durante depoimento na CPI da Petrobras (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2014 às 18h39.

Brasília - O Palácio do Planalto reconheceu, em nota, que colaborou na preparação de perguntas a serem feitas para dirigentes da CPI da Petrobras no Senado.

"Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos", disse o secretário executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luiz Azevedo, em nota divulgada nesta quarta-feira.

"Enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras - relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo", declarou Luiz Azevedo, justificando o seu procedimento.

"Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI", afirmou Azevedo, justificando a atuação da Secretaria.

Luiz Azevedo fez questão ainda de criticar a postura da oposição de evitar a realização dos trabalhos da CPI.

"Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado", prosseguiu ele, repetindo o discurso do governo que a oposição poderia estar presente à sessão da comissão e ter feito as perguntas que quisesse, só que preferiu boicotar o trabalho dela.

O secretário-executivo completa que "em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do Parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência".

Hoje, mais cedo, ao falar sobre a revelação de que os depoimentos nas CPIs da Petrobras em andamento no Congresso haviam sido combinados, a presidente Dilma Rousseff negou envolvimento do Palácio do Planalto e disse que o Executivo não é "expert" em petróleo e gás e sim a Petrobras.

"Me informe quem elabora as perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também", alfinetou a presidente, para complementar: "Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela."

O comentário da presidente foi feito na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, onde Dilma participou de sabatina com presidenciáveis.

Na saída do evento, Dilma foi questionada se havia esquecido de incluir a Agência Nacional do Petróleo (ANP) na expertise do setor de petróleo e gás. "Ah, é verdade. Mas a Petrobras sabe mais. Há uma simetria de informações", declarou.

O presidente da CPI da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciaram ontem medidas para investigar as suspeitas de que houve uma combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e da cúpula da estatal.

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