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Planalto fica aliviado com decisão de metroviários de SP

"Vejo esta decisão como um gesto de maturidade da categoria", disse o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidente


	Manifestante grita contra Tropa de Choque na estação Ana Rosa do Metrô
 (REUTERS/Kai Pfaffenbach)

Manifestante grita contra Tropa de Choque na estação Ana Rosa do Metrô (REUTERS/Kai Pfaffenbach)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 08h16.

Brasília - O Palácio do Planalto respirou aliviado com a decisão dos metroviários de São Paulo de não retomar a greve da categoria nesta quinta-feira, 12, dia de abertura da Copa do Mundo de Futebol, na cidade.

"Vejo esta decisão como um gesto de maturidade da categoria. Prevaleceu o interesse maior da população e do País, por ocasião da Copa", disse o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidente, Gilberto Carvalho, ao reconhecer que o governo recebeu a notícia "com alívio e com a perspectiva de um dia mais tranquilo na abertura da Copa, em São Paulo".

Ex-dirigente sindical, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia defendido, na última terça-feira, 10, que o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, readmitisse os 42 metroviários demitidos em São Paulo, depois da paralisação de cinco dias do metrô.

Essa era a tese defendida por vários interlocutores da presidente Dilma Rousseff, que temiam pelo aumento da tensão e "pelo pior" no dia da abertura da Copa.

Esses mesmos interlocutores consideraram que houve "intransigência" por parte do governo paulista em não aceitar a proposta dos grevistas de suspender as demissões para que o serviço público pudesse voltar à normalidade.

Os petistas preferem sempre negociar e conciliar. Por isso, as conversas entre Brasília e São Paulo continuaram mesmo depois da suspensão da greve.

Na quarta-feira, 11, a tensão em relação à decisão da categoria era grande. Havia o temor de que a "arriscada" tática usada por Alckmin não desse certo e o caos voltasse a São Paulo, no dia da abertura do Mundial.

Enquanto isso, na contramão do tom conciliador petista, o governador Geraldo Alckmin endureceu com os grevistas, anunciou que tinha uma lista de mais 300 para perderem o emprego por justa causa e avisou que não revogaria as demissões porque elas não foram feitas em razão da greve, mas "em razão de outros fatos, e fatos graves, como invasão de estação, de depredação, vandalismo".

Apesar do endurecimento do governador com os grevistas, eles não retomaram a greve. Com isso, os tucanos reforçam uma marca oposta à dos petistas, de que não negociam com quem descumpre a lei.

FHC

No Planalto, havia quem lembrasse que, com esta atitude, estivesse sendo repetido o gesto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em maio de 1995, depois de uma greve de mais de 30 dias, demitiu mais de 70 petroleiros, entre eles o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Antônio Carlos Spis, que anos mais tarde foi eleito presidente da CUT Estadual São Paulo.

Naquela época, FHC quebrou a espinha dorsal do movimento, assim como Alckmin entende que fez agora, ao demitir os metroviários.

Mas apesar do alívio com a suspensão da greve dos metroviários, o governo federal mantém atenção máxima para como será o dia de hoje não só na capital paulista, mas em todas as cidades-sede.

Há uma apreensão em relação a como serão os protestos programados, embora a expectativa seja de que eles serão pacíficos.

No Rio, apesar do alívio com a suspensão da paralisação dos metroviários cariocas, o anúncio da greve de 24 horas dos aeroviários causou preocupação.

Mais uma vez, o governo quer tentar evitar transtornos aos turistas que estarão chegando aos aeroportos do Galeão, de Santos Dumont e Jacarepaguá.

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