Dilma Rousseff: auxiliares da presidente disseram que, até esta quinta-feira, todos manifestavam confiança na entrada de Lula no governo, mas, agora, o ambiente é de incerteza (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2016 às 23h37.
Brasília - O governo estranhou a mudança de posição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil.
No Palácio do Planalto, auxiliares da presidente Dilma Rousseff disseram que, até esta quinta-feira, 7, todos manifestavam confiança na entrada de Lula no governo, mas, agora, o ambiente é de incerteza.
Janot defendeu a nomeação de Lula em parecer do dia 28 de março, quando também se disse favorável à manutenção das investigações relacionadas a ele com o juiz Sérgio Moro. No novo parecer enviado ao Supremo, porém, o procurador-geral da República vê possível "desvio de finalidade" na nomeação, porque Dilma teria revelado uma "sofreguidão" para encaixar o ex-presidente na Casa Civil.
Quando o ministro do Supremo Gilmar Mendes suspendeu os efeitos da posse de Lula, em 18 de março, o argumento usado por ele foi o de que o petista -- alvo da Operação Lava Jato -- havia sido nomeado apenas para conseguir prerrogativa de foro privilegiado, escapando da alçada de Moro. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão de Gilmar e o caso ainda aguarda julgamento.