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PL poderá ser refundado em 2015 e aumentar base aliada

Ideia é que ele possa servir de brecha para que políticos com mandatos eletivos possam migrar de sigla sem o risco de perder seus mandatos


	Congresso: assim que reforma política estiver em andamento, PL deve ser incorporado pelo PSD
 (Arthur Monteiro/Agência Senado)

Congresso: assim que reforma política estiver em andamento, PL deve ser incorporado pelo PSD (Arthur Monteiro/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 16h04.

São Paulo - Com cerca de 320 mil assinaturas já registradas em cartório, das 500 mil exigidas por lei, a refundação do Partido Liberal (PL) poderá ocorrer já no início do ano que vem, no mesmo período em que tomam posse no Congresso Nacional e Assembleias Legislativas de todo o país os parlamentares eleitos em outubro deste ano.

Apesar de o novo PL estar sendo criado num momento em que se discute a reforma política, tendo como um dos eixos a redução no número de partidos, a ideia é que ele possa servir de brecha para que políticos com mandatos eletivos, insatisfeitos com suas atuais legendas, possam migrar de sigla sem o risco de perder seus mandatos.

Além de servir como uma plataforma para aqueles que defendem a refundação da sigla - em 2006 o PL se fundiu com o Prona, do falecido deputado Enéas Carneiro, e se transformou no atual PR - e como porta de entrada para os insatisfeitos que não querem perder os seus cargos por infidelidade partidária, as articulações já em curso nos bastidores indicam que, assim que a reforma política estiver em andamento, o PL deve ser incorporado pelo PSD, aliado da presidente reeleita Dilma Rousseff e cujo presidente nacional, o ex-prefeito Gilberto Kassab está cotado para assumir um ministério no segundo mandato da petista.

Com isso, a expectativa é que o PSD aumente os seus quadros e, consequentemente, a base aliada da presidente Dilma, e possa fazer frente a um dos mais tradicionais aliados do governo petista, o PMDB.

Sem entrar no mérito do que está em curso nos bastidores, sob alegação que seu propósito é refundar a sigla, o presidente do diretório nacional provisório da legenda, Cleovan Siqueira, que é assessor da Casa Civil do governo do tucano Marconi Perillo, em Goiás, disse, em entrevista ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, que a marca das 500 mil assinaturas certificadas deverá ser atingida em breve.

"Já estamos registrados em nove estados e acreditamos que até março de 2015 devemos obter o registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", afirmou.

Cleovan, que é filósofo, teólogo e advogado, destaca que tem laços de amizade com Kassab e com o atual ministro das Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos, desde a fundação do PL e, sobretudo, quando atuou junto com o ex-prefeito na coordenação da campanha de Afif à Presidência da República pelo PL, em 1989.

Foi no PL também que Kassab ingressou na vida política, eleito vereador em 1992 pela sigla.

O presidente do diretório nacional provisório da legenda também ingressou na vida política pelo Partido Liberal, sendo eleito vereador em Caldas Novas em 1988 e deputado estadual pelo mesmo partido em 1990.

Ele conta que com o fim da legenda, em 2006, representantes do partido em vários Estados começaram a caminhada para a sua refundação. "E vamos fazer o novo PL com a mesma doutrina liberal, cujo tema principal é 'educação para a liberdade'."

O PL tem atualmente registro nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Roraima, Amapá, Piauí e Distrito Federal.

Cleovan destaca ainda que no trabalho que tem feito em todo o Brasil para o registro da sigla conta com apoios importantes, como do próprio Kassab.

Se o partido for mesmo refundado, políticos que desejam migrar para a nova sigla, sem perder seus mandatos, terão um prazo de 30 dias para fazer essa troca, conforme prevê a legislação eleitoral.

Contudo, pelas novas regras, não levarão mais a sua fração no tempo de TV e dos recursos do Fundo Partidário, algo que os novos partidos só terão direito quando elegerem seus parlamentares.

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